Casé, criador do primeiro programa moderno de rádio no Brasil

Ele também foi pioneiro em jingles
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

Ligar o aparelho de rádio e conhecer novos artistas que estão despontando na música popular brasileira. Ou, rir um pouco de esquetes que lembram o cotidiano, ou se assustar com histórias sobrenaturais. Desde seus primórdios, as rádios do Brasil surgiram como opção de entretenimento para os ouvintes, que, através dos aparelhos, sentiam-se próximos de apresentadores e artistas. A música esteve sempre presente, embora no início fosse voltada para públicos mais abastados. Mas, na década de 1930, um vendedor de aparelhos de rádios mudou a forma de se fazer o veículo. 

Ademar Casé morava no Rio de Janeiro e teve uma ideia para se destacar nas vendas dos aparelhos da Phillips: deixá-los na casa dos ouvintes por alguns dias, para que os moradores testassem. Quando ele voltava para buscar, encontrava novos fãs do meio de comunicação. Ao bater recordes, propôs comprar um horário para ter seu próprio programa na emissora do grupo.

Influenciado pelas transmissões de emissoras do exterior que ouvia em um aparelho de ondas curtas, Casé construiu o primeiro programa moderno de rádio no Brasil. "O Programa Casé tinha música, poesia, humor e informação", relembra o jornalista Rafael Casé, neto de Ademar e autor do livro Programa Casé — o rádio começou aqui. 

Casé foi pioneiro em jingles e um dos mais famosos foi o do pão Bragança: "Oh, padeiro desta rua/ Tenha sempre na lembrança/ Não me traga outro pão/ Que não seja o pão Bragança". A composição, de Antônio Gabriel Nássara, alavancou as vendas na padaria e abriu o caminho para a publicidade no rádio. 

O comunicador também foi precursor no pagamento de cachê dos artistas para que tocassem com exclusividade no programa, prática que deu visibilidade nacional a cantores como Noel Rosa e Dorival Caymmi. Quem também surge no programa é Almirante (alcunha de Henrique Foreis Domingues), apresentado como o dono da "mais alta patente do rádio", que tornou-se um dos radialistas mais respeitados da história do rádio.

Quando começou, em 1932, o Programa Casé ficava quatro horas no ar — mas chegou a ter até 12 horas de duração. A atração passou por várias emissoras além da Phillips, como a Mayrink Veiga, a Sociedade do Rio de Janeiro, Transmissora e Tupi, e terminou somente com a chegada da TV. (Fonte: (uol.com.br/agencia-brasil)

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