"Brasil terá o janeiro mais triste de sua História", alerta pneumologista da Fiocruz

Margareth Dalcolmo diz que nova onda da Covid virá com força após as festas de fim de ano por "falta da consciência da gravidade do que estamos vivendo"
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Movimento na Praça Getúlio Vargas em plena pandemia (Foto: Henrique Pinheiro)
Movimento na Praça Getúlio Vargas em plena pandemia (Foto: Henrique Pinheiro)

A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo alertou que as festas de fim de ano serão responsáveis por levantar uma nova onda de coronavírus no Brasil. "Teremos o janeiro mais triste da nossa História porque nós falhamos em trazer uma consciência cívica da gravidade do que estamos vivendo", disse ela em um debate promovido pelos jornais O Globo e Valor, reproduzido pelo "Último Segundo", do jornal O Dia.

Segundo a especialista, a epidemia mudou de lugar: saiu das ruas e entrou nas casas porque os jovens, acreditando serem invulneráveis, abandonaram o isolamento social e levaram o coronavírus para seus pais e avós.

"Lamento, não dá para fazer festinha de Natal. Pode reunir no máximo seis ou sete pessoas, sob pena de expor nossos entes queridos a um risco que eles não merecem. E não vai ter festa de réveillon, para que nós estejamos vivos para os próximos que virão", afirmou Margareth.

O médico Drauzio Varella ressaltou que a vacinação, apesar de já estar acontecendo em outros países, ainda é um sonho distante para o brasileiro. Além disso, segundo ele, a vacina não é a solução definitiva. O coronavírus vai continuar circulando, e as medidas de segurança deverão ser mantidas.

"Eu acho que, infelizmente, muitas pessoas vão morrer por causa das festas de fim de ano, em meio a essa ilusão de que agora temos uma vacina e o problema ficou para trás. Em 2021 teremos que tomar os mesmos cuidados: andar de máscara, evitar aglomerações, tudo igual. Qualquer outra mensagem é falsa, não está de acordo com a realidade", concordou o médico.

A economista Monica de Bolle destacou o agravante de a segunda onda — ou a continuação da primeira, dado que a pandemia nunca chegou a ser controlada no Brasil — atingir o país num momento em que a população não terá a proteção do auxílio emergencial, e o governo, com o fim do estado de calamidade, terá pouco espaço de manobra orçamentária.

"O risco que nós corremos é o de termos uma espécie de convulsão social, de a população ir para as ruas. Nós não vimos isso até agora, mas está ficando cada vez mais difícil imaginar que isso não ocorra", afirmou.

LEIA MAIS

Confira a origem da data e a importância do profissional na sociedade

Instituição recebeu medicamentos que deveriam ter sido descartados há dois anos

Ao todo, cerca de 18 imunizantes estarão disponíveis para todas as idades, mas especialmente para as crianças e adolescentes

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra