Avanço da dengue: Estado do Rio já soma quase 17.500 casos somente este ano

Índice de casos prováveis da doença continua em tendência de alta, principalmente, em municípios vizinhos aos estados de Minas Gerais e São Paulo
sexta-feira, 02 de fevereiro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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O Estado do Rio de Janeiro registrou 17.437 casos prováveis de dengue nas quatro primeiras semanas de 2024. No mesmo período de 2023, o estado teve 1.441 registros da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os dados fazem parte do boletim Panorama da Dengue, divulgado na quarta-feira, 31 de janeiro pela Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ). Foram confirmadas duas mortes ocorridas este ano: uma mulher de 98 anos, em Itatiaia, no sul fluminense; e um homem de 33 anos, em Mangaratiba, na região da Costa Verde. Em Nova Friburgo, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 56 casos da doença somente no mês de janeiro. 

A taxa de positividade para dengue nos exames analisados pelo laboratório oficial do Governo do Estado (Lacen) oscilou de 35% para 33%. Apenas na terceira semana epidemiológica do ano (14 a 20 de janeiro), foram processados 4.464 testes para a doença, mais do que em qualquer outra semana de 2023. Divulgado semanalmente pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da SES-RJ, o Panorama da Dengue avalia que a quantidade de casos pode ser ainda maior.

Incidência por regiões 

O boletim evidencia também que a dengue avança com maior velocidade em cidades menores e mais próximas aos estados de Minas Gerais e São Paulo. Na Região Serrana, o número de casos está 14 vezes acima do esperado para o período, na Região Metropolitana (capital e Baixada Fluminense), dez vezes maior. Já na Baía da Ilha Grande e no Centro-Sul fluminense, são nove vezes mais casos registrados do que o esperado.

Dos 92 municípios fluminenses, 14 apresentam taxa de incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes, com destaque para Itatiaia, Cambuci, Resende e Piraí. Das nove regiões de saúde do estado, apenas uma não apresenta casos além do limite máximo esperado para o início do ano: a Metropolitana II, onde estão sete municípios, incluindo Niterói, São Gonçalo e Silva Jardim.

“Os números estão altos e ainda continuam subindo rapidamente. Historicamente, os casos costumam aumentar no fim do primeiro trimestre e caem a partir de maio e junho. Mesmo que estejamos diante de uma antecipação dessa curva de crescimento, o que indicaria uma possibilidade de a queda também acontecer mais cedo, os dados são um sinal de alerta. As pessoas devem evitar a automedicação e procurar atendimento médico aos primeiros sintomas, principalmente se apresentarem febre”, orienta a secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello.

Plano estadual de combate à dengue

Na sexta-feira passada, 26 de janeiro, o governador Cláudio Castro e a secretária Claudia Mello lançaram o programa “Gov.RJ contra a dengue todo dia!”, que envolve o uso de tecnologia, qualificação e apoio aos 92 municípios fluminenses. O Governo do Rio comprou equipamentos e insumos que estão sendo distribuídos aos municípios com maior incidência de casos, para a montagem de até 80 salas de hidratação, que terão capacidade para atender, ao todo, até oito mil pacientes por dia. O investimento é de R$ 3,7 milhões.

A Secretaria estadual de Saúde está treinando dois mil médicos de emergências e profissionais de saúde dos 92 municípios do Rio para garantir o diagnóstico mais preciso e o tratamento correto, como também a capacitação no atendimento às gestantes infectadas. Além disso, 160 leitos de nove hospitais de referência do estado poderão ser convertidos, inicialmente, para tratamento da dengue, como foi feito na Covid-19 .

“Há anos não temos uma epidemia de grande proporção de casos no estado, mas esse crescimento tão forte no início do ano é atípico e preocupante. Muitos profissionais de saúde que se formaram nos últimos anos não tiveram contato com a doença no seu dia a dia. Desde o fim do ano passado, estamos capacitando médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde para um diagnóstico mais preciso e dentro dos novos protocolos de atendimento atualizados pelo Ministério da Saúde. A hidratação imediata é fundamental para o sucesso do tratamento. Organizamos o fluxo de atendimento em UPAs e emergências para dar prioridade aos pacientes com sintomas de dengue, principalmente aqueles mais graves”, afirma a secretária de Saúde Cláudia Mello.

Ministério cria centro de operações para conter epidemia 

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta quinta-feira, 1º, o lançamento de um Centro de Operações de Emergência para controle da epidemia de dengue no Brasil. Durante reunião na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília, Nísia fez um pedido de mobilização nacional por parte de estados e municípios. “O momento é de  união de todo o país para proteger a população e para prevenir, uma vez que sabemos que a maior parte dos focos do mosquito Aedes aegypti, mais de 75%, se encontra nas casas. Apenas com essa união poderemos avançar no sentido de estarmos protegendo nossa população desse quadro de dengue e, possivelmente, de outras arboviroses” , enfatizou a ministra.

Na abertura da reunião, Nísia voltou a dizer que a vacinação contra a dengue não pode ser vista como solução para a epidemia por conta da limitação de doses da Qdenga cedidas pelo laboratório fabricante. Outro ponto crítico da imunização destacado pela ministra é a não-indicação do imunizante para idosos, grupo mais acometido por formas graves da dengue. 

“A vacina é esperança, é instrumento fundamental, mas não é resposta para um momento de crise”, disse. “É hora de prevenir e cuidar. A dengue é uma doença para a qual o Sistema Único de Saúde (SUS) pode operar de forma eficiente, evitando mortes. Isso tem que ser uma tônica nossa neste momento”, concluiu. (Agência Brasil) 

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