Ana Botafogo está de volta a Nova Friburgo

Em entrevista ao jornal A VOZ DA SERRA, bailarina revela que precisa praticar todos os dias
sexta-feira, 08 de julho de 2022
por Christiane Coelho, especial para A VOZ DA SERRA
Ana Botafogo (Foto: Divulgação)
Ana Botafogo (Foto: Divulgação)

Presente em três edições do Encontro Sesc de Dança de Nova Friburgo, seja em oficinas ou em apresentações, a bailarina Ana Botafogo sobe a serra novamente para participar da edição de 2022, quando o projeto completa 30 anos. Dessa vez, a primeira dama do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro ministrará oficina de Ballet Clássico. As aulas, voltadas para alunos dos níveis intermediário e avançado, acontecerão no Sesc Nova Friburgo, de hoje, 8,  até domingo, 10, às 9h. A participação é gratuita, mediante inscrições. Na oficina, a bailarina fará apresentação da importância de uma aula de ballet para o aquecimento e preparação física e técnica do bailarino.


Em uma entrevista para a jornalista Marília Gabriela, em 2011, Ana Botafogo falou sobre a importância de se manter em movimento para manutenção do físico de bailarina. “Uma bailarina não pode passar mais de dois dias sem dançar. Eu preciso me exercitar. Até eu chegar aqui, foi determinação. Preciso fazer balé todos os dias”, disse ela à jornalista na época, assunto que deve ser abordado na oficina.

A bailarina comemora a volta do evento de forma presencial. “Muito boa essa troca, esse encontro com bailarinos, diretores, professores e plateia. São profissionais de várias cidades do Brasil.  Fico  muito feliz em poder participar mais de uma vez. Agora não mais nos palcos, mas podendo transmitir ao novos bailarinos um pouco de tudo que eu aprendi, um pouco da minha experiência nesses  mais de 40 anos de carreira. E, se Deus quiser, nós ainda vamos ouvir de muitos jovens talentos que a gente descobre aqui fazendo sucesso no cenário cultural da dança do nosso país”, declarou Ana Botafogo.

Ela ainda relembrou os momentos marcantes que viveu em Nova Friburgo. “Eu já estive em Nova Friburgo muitas vezes  dançando, até mesmo antes do Encontro Sesc de dança. E em todas as minhas vindas, o público daqui sempre foi muito carinhoso, sempre sou calorosamente recebida. Todas as experiências que tive no Festival Sesc de Dança foram muito importantes para mim. Uma dela eu  vim com meu partner e com um grupo de músicos, num espetáculo que eu  fazia com a grande pianista Lilian Barreto. Fizemos vários números e foi uma emoção muito grande também. Mas, eu diria que a grande emoção do Festival Sesc de Dança é meu contato com o público,   seja ele público Friburgo ou o público que o festival Sesc de dança traz. E, ano que vem espero estar de volta para a 31ª edição”, revelou a bailarina.
 

Ana Botafogo: palco e vida

Em 2022 Ana Botafogo completa 46 anos de carreira. Ano passado, na comemoração dos seus 45 anos de profissão, ela  ganhou um presente diferenciado. No Dia da Bailarina, 1º de setembro, foi lançado o terceiro livro publicado sobre a vida dela, “Ana Botafogo: palco e vida”. Mas, a biografia foi escrita por um autor muito especial: seu pai, o médico cirurgião, Ernani Ernesto Fonseca. Ele acompanhou de perto cada pirueta dos 45 anos de carreira da filha nos palcos do Brasil e do mundo. A publicação reconstrói momentos marcantes da vida pessoal e profissional de Ana Botafogo e foi escrita baseada em  recordações, registros da imprensa e numa minuciosa pesquisa, que levou cerca de 15 anos para finaliza-la.  O livro descreve a vivência de quatro décadas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, os acontecimentos de sua vida cotidiana e familiar sob a ótica carinhosa e emocional de seu pai.

“Tive a percepção que a Ana se tornaria uma bailarina profissional quando ela foi a única participante classificada em uma audição para entrar em uma companhia de ballet francesa”, disse  Ernani Ernesto Fonseca em entrevista à Revista Cláudia, na ocasião do lançamento de seu livro.
 

Carreira de bailarina

Ana começou as aulas de balé aos sete anos de idade, no Rio de Janeiro, cidade em que nasceu. Sua carreira profissional começou internacionalmente, quando integrou o Ballet de Marseille, na França. Na ocasião, a bailarina participou  de Festivais em Lausanne, Veneza, Havana e na Gala Iberoamericana de La Danza, representando o Brasil em Madri.              
De volta ao Brasil, foi bailarina principal do Teatro Guaíra, em Curitiba, onde ficou por dois anos. Retornou a sua cidade natal, ingressando também como  bailarina principal da Associação de Ballet do RJ
Em 1981, Ana fez uma audição para fazer parte do Ballet do Theatro Municipal. Não só passou no teste, como já entrou como primeira bailarina no que é considerado o grande templo do ballet clássico do Brasil . “Foi um começo meio assustador estar junto com ícones da época”, revelou ela na mesma entrevista à Marilia Gabriela.

Como primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Ana Botafogo interpretou o papel principal em vários clássicos,  como Coppélia, O Quebra Nozes, Giselle, Romeu e Julieta, Don Quixote, O Lago dos Cisnes, Zorba o Grego, A Megera Domada e muitos outros. 

Pelo seu destaque, a bailarina recebeu diversos títulos, como  o de Embaixadora da Cidade do Rio de Janeiro, o de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, Chevalier dans L’Ordre des Arts et des Lettres (Ministério da Cultura da França), o Troféu Mambembe-1998, a Ordem do Mérito Cultural (Ministério da Cultura-Brasil) na classe de “Comendador”, Medalha Pedro Ernesto e em 2021 tornou-se membro da academia Brasileira de Cultura, cadeira 44.
Ana Botafogo, ao longo de sua carreira apresentou-se em mais de 100 cidades brasileiras, em 23 estados e no Distrito Federal. Além disso, também fez apresentações em 33 cidades de 12 países da Europa, Ásia e Américas do Norte, Central e do Sul.

Nos palcos brasileiros e internacionais dançou com mais de 110 partners brasileiros e estrangeiros, entre os mais importantes nomes do cenário mundial, durante toda sua trajetória como bailarina.

Além de sua dança, ela ministra também, palestras e workshops, como o que acontecerá no Encontro Sesc de Dança de Nova Friburgo,  com o intuito de estimular e levar aos jovens bailarinos os encantos dessa arte e profissão.
A divulgação e popularização da dança é uma preocupação constante de Ana Botafogo levando sua arte para os diversos cantos do Brasil.

 

A programação  do Encontro Sesc de Dança de Nova Friburgo

 

Sexta-feira, 8

  • 15h - “Joga Me Se”: Espaço Vis, teatro do Sesc

  • 15h -  “Arte e Ginga”: Escola de Dança Edu Cigano, teatro do Sesc

  • 15h - “Falo Por Mim”: Interurbanus, teatro do Sesc

  • 19h - Mesa redonda: Memórias das Danças, teatro do Sesc

  • 19h - “Mosaico”: Vivá Cia de Dança, quadra do Sesc 

  • 19h - “Companhias Amadoras”, quadra do Sesc 

  •  09h - Oficina de ballet clássico, com Ana Botafogo

  •  11h - Oficina de dança moderna, com Regina Sauer

 

Sábado, 9

  • 14h - “Estrela Dalva”: Márcio Cunha Dança Contemporânea, Praça Dermeval Barbosa Moreira

  • 14h - “Arte e Ginga”: Escola de Dança Edu Cigano, Praça Dermeval 

  • 19h - “Oceanos”: Cia Jovem Dançar a Vida, quadra do Sesc

  • 19h - “Companhias Amadoras”: Quadra do Sesc

  • 09h - Oficina de ballet clássico, com Ana Botafogo

  • 11h - Oficina de dança moderna, com Regina Sauer

 

Domingo, 10

  • 16h - “Companhias Infanto Juvenil Amadoras”: Quadra do Sesc

  • 09h - Oficina de ballet clássico, com Ana Botafogo

  • 11h - Oficina de dança moderna, com Regina Sauer

 

Exposição: “Retrospecto Movimento”, até domingo, 10, na Galeria do Sesc. 

 

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