Em alta em todo o Brasil, o preço da carne bovina tem assustado os consumidores nos açougues e supermercados. Com um aumento significativo e acima da inflação, o item está exercendo um peso cada vez maior no orçamento familiar. Recentemente, o valor do quilo da carne atingiu recorde, levando os consumidores a buscarem alternativas para economizar. Nos últimos quatro anos, esse é o maior aumento registrado para a carne. Entre os cortes que mais passaram a pesar no bolso do consumidor, os destaques são o acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%). Em Nova Friburgo o preço desses cortes também dispararam e são encontrados em média a partir de R$ 29,99, R$ 24,90, R$ 47,90 e R$ 42,99, respetivamente.
O grupo Alimentação e Bebidas, no qual está incluído as carnes, apresentou alta de 1,06% em outubro, impulsionado pelo aumento dos preços da alimentação no domicílio, que passou de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro, com alta de 5,81% nos preços das carnes em geral. Esta foi a maior variação mensal das carnes desde novembro de 2020, quando a majoração chegou a 6,54%.
Causas do aumento
Um dos principais fatores para esse aumento é o preço do boi gordo nas fazendas, que acelerou 33% nos últimos dois meses. A alta ocorre m um momento em que uma seca severa tem prejudicado as pastagens e restringido o fornecimento de animais para abate.
Por ser um item fundamental de proteína na dieta dos brasileiros, a alta da carne bovina tende a impactar também os preços de outras proteínas animais com as carnes suína e de frango.
A menor oferta de gado ocorre justamente quando as exportações brasileiras de carne bovina, incluindo para os Estados Unidos, estão em crescimento. A desvalorização do real aumenta o poder de compra dos importadores, intensificando a concorrência com os consumidores nacionais. O cenário agrava ainda mais os desafios do Banco Central no controle da inflação, que elevou a taxa de juros pela segunda vez consecutiva, atingindo 11,25% na Taxa Selic.
Preços mais salgados em 2025
Para o próximo ano, analistas projetam uma inflação de alimentos de até 7,4%, devido a uma combinação de dólar mais alto — após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas, a moeda se valorizou e chegou a ser negociado a R$ 5,8619 no Brasil — e oferta restrita de alguns produtos.
O preço das carnes, por sua vez, deve subir até 16,1% em 2025. Se confirmado, será o maior aumento em cinco anos: em 2020, a alta foi de 17,97%. As projeções indicam que a carne bovina deve avançar até 16,8% no próximo ano, enquanto a carne suína e o frango devem registrar aumentos de até 13% e 11%, respectivamente. Se as previsões se concretizarem, o aumento nos preços dos alimentos superará a inflação geral projetada para 2025, que é de cerca de 4%.
*Reportagem da estagiária Laís Lima sob supervisão de Henrique Amorim
Deixe o seu comentário