Se por um lado o câncer precisa da união de todos na busca de novos caminhos, menos preconceito, mais inovação e apoio, por outro também necessita da consciência de que cada pessoa é única e tem seus desafios, medos, obstáculos a vencer e aprendizagens.
Esse é o mote da campanha promovida pela União Internacional para Controle do Câncer (UICC) para o Dia Mundial do Câncer 2025/27 — “United by Unique” (Unidos pelo Único), celebrado em 4 de fevereiro.
Esse é também o propósito que norteia o trabalho do Instituto Vencer o Câncer em sua busca por fazer a diferença na vida de todos e de cada paciente, com suas individualidades. Procurando ajudar, conscientizar, informar, considerando as necessidades de cada paciente, como único e especial.
A campanha da UICC lembra da importância de colocar a pessoa no centro do cuidado para fazer a diferença, e engloba uma jornada de três anos, desde a conscientização até a tomada de ação.
Conscientizar para prevenir
Os fundadores do Instituto Vencer o Câncer, os oncologistas Antonio Buzaid e Fernando Maluf, reforçam que a realização de exames preventivos é fundamental para a detecção precoce de diversos tipos de câncer.
No caso das mulheres, a mamografia é recomendada a partir dos 40 anos, enquanto o exame de Papanicolau é essencial no rastreamento do câncer do colo do útero. É importante, ainda, que as mulheres realizem colonoscopia a partir dos 45 anos e, para aquelas que fumam, uma tomografia de tórax pode ser indicada.
Os homens, além da colonoscopia e da tomografia de tórax nas idades e situações recomendadas, também devem realizar exames como o PSA e o toque retal, para a detecção precoce do câncer de próstata.
“A prevenção é essencial para o futuro mais saudável. Devemos assumir um compromisso genuíno com nossa saúde e manter os exames de prevenção em dia”, reforça Buzaid.
Não esquecer das imunizações. A vacina contra o HPV é recomendada para meninos e meninas entre 9 e 14 anos e está disponível gratuitamente no SUS. Já a vacina contra a hepatite B deve ser priorizada por toda a população, especialmente pelos grupos de risco, como os imunossuprimidos.
“Por mais que os tratamentos contra o câncer tenham avançado muito — e hoje conseguimos resultados maravilhosos para nossos pacientes — não há nada melhor e mais simples do que prevenir”, destaca o oncologista Maluf.
Cada história é única e especial
Na busca de individualizar a atenção a cada paciente, há também a proposta de quebrar preconceitos que envolvem a doença, entre eles a ideia de que tudo é negativo, que o câncer é o fim, que não existe vida após o diagnóstico.
Fábio Baptista é cirurgião dentista e ex-professor universitário. No final de 2011 começou a perceber uma leve rouquidão, que foi aumentando com o passar dos meses — também tinha muito refluxo gástrico, principalmente no período noturno.
“Marquei uma consulta com um otorrinolaringologista, e sem me examinar, ele me disse que era normal devido às minhas atividades. E me recomendou uso de um anti-inflamatório intramuscular”, lembra.
Como a rouquidão persistiu, foi encaminhado a um hospital e através de exames específicos recebeu o diagnóstico de carcinoma maligno de faringe. Passou por 30 sessões de radioterapia e após cerca de seis meses teve recidiva do tumor.
Em conversa com o cirurgião, ele sugeriu uma cirurgia mais invasiva e esvaziamento total bilateral do pescoço. Perguntei se seria o melhor para mim, ele disse que sim, concordei”.
“Hoje sou laringectomizado, ostomizado e após a cirurgia coloquei em orofaringe uma prótese fonatória. Comecei a falar e tentar levar minha vida normal. Não foi fácil ser um paciente oncológico com várias dificuldades, tendo que aprender a falar, me banhar, me comunicar com a família etc.”
Em meio às turbulências, ele encontrou novos caminhos e motivações. Hoje, participa da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil), onde presta serviço voluntário, ensinando e estimulando outras pessoas que passaram ou passam pelo mesmo problema.
Reescrevendo o futuro
A campanha do Dia Mundial do Câncer se direciona a reescrever o futuro do tratamento do câncer, tendo como prioridade as necessidades das pessoas e comunidades. E o Instituto Vencer o Câncer está unido nesse propósito.
“Como sociedade organizada, temos um papel importante na construção de políticas públicas que procurem garantir a equidade no controle do câncer”, afirma a diretora institucional do Ivoc, Ana Maria Drummond.
“Nesta data, reforçamos nosso compromisso com a educação, informação de qualidade e o apoio à ciência como formas de assegurar cuidado melhor e mais humanizado aos pacientes com câncer”, reforça Ana Maria.
(Fonte: Instituto Vencer o Câncer)
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