Em Nova Friburgo, os pacientes com câncer têm na conclusão das obras do Hospital Oncológico Francisco Faria uma grande esperança, mas a obra da futura unidade de saúde assemelha-se a uma verdadeira novela. A pedra fundamental foi lançada em 2012, mas de lá para cá, o projeto sofreu diversas alterações. Além disso, a obra chegou a sofrer paralisações, embargos, saques e até incêndios. Os serviços de adaptação das antigas instalações do Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs), na Ponte da Saudade, no Hospital do Câncer de Nova Friburgo foram retomados em definitivo em 2022. A última previsão de entrega das obras era este primeiro trimestre de 2025. Inicialmente, a conclusão dos serviços estava prevista para o final do ano de 2024, mas houve atrasos para instalação e readequação de todo o complexo.
No mês passado, o governador Cláudio Castro chegou a anunciar que as obras de conclusão do hospital poderiam ser ameaçadas com os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à lei complementar 212, de 2025, que cria o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados brasileiros (Propag). A proposta prevê a instituição de um programa para renegociação de mais de R$ 760 bilhões em dívidas dos estados com a União. Cerca de 90% deste montante corresponde a dívidas de quatro estados: Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Dois dias depois ao veto, Cláudio Castro visitou as obras do furutro Hospital do Câncer e afirmou que as obras, que estão 90% concluídas, serão concluídas neste ano. As intervenções representam um investimento de cerca de R$ 75 milhões do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
O hospital terá perfil assistencial de atendimento a pacientes oncológicos adultos. Contará com 48 leitos de enfermaria, dez de terapia intensiva, um centro cirúrgico com cinco salas, um moderno centro de imagem – com ressonância magnética, tomógrafo, mamógrafo, aparelhos de raio X e de ultrassonografia – além de radioterapia.
O governador ressaltou que a unidade de saúde atenderá não apenas aos friburguenses, mas a pacientes de todas as cidades da Região Serrana. “Ampliar e facilitar o acesso ao tratamento de câncer é uma das nossas prioridades e compromissos com a população fluminense. Esta é uma obra que estava há dez anos parada e que está se tornando realidade. Um hospital de alta complexidade e tecnologia de ponta, que estará pronto e em funcionamento ainda este ano”, garantiu o governador.
Para prestação de assistência ao paciente, estão previstos ainda os serviços de diagnóstico, cirurgia oncológica, oncologia clínica, medidas de suporte, reabilitação, cuidados paliativos, uma central de quimioterapia, além de diversos consultórios e um laboratório para análises clínicas.
A secretária estadual de Saúde, Claudia Mello, destacou que o grande benefício com a construção desse hospital é a descentralização do atendimento oncológico da Região Metropolitana, onde ficam concentradas as maiores e mais importantes unidades de tratamento do câncer do Estado do Rio.
“Os pacientes que residem nas regiões mais distantes do estado não precisarão mais se deslocar para a capital para poder realizar um tratamento tão delicado. Sem dúvidas, esta será uma unidade que vai salvar muitas vidas, não apenas da Região Serrana, mas de todo o Estado do Rio de Janeiro. É um importante investimento em saúde, que vai oferecer atendimento especializado num ambiente humanizado”, afirmou a secretária.
Além da infraestrutura, atendimento e equipamentos especializados, os futuros pacientes também contarão com um ambiente humanizado nas instalações internas, o que irá contribuir para o bem-estar durante a permanência na unidade. Além disso, o hospital está localizado numa área rodeada de verde, onde funcionou o antigo Cavs. Várias enfermarias e quartos do setor de tratamento intensivo têm janelas voltadas para uma paisagem privilegiada, o que poderá ajudar a dar mais tranquilidade e amenizar os momentos difíceis de uma internação por doença oncológica.
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