Flamengo, campeão da Copa do Brasil 2024

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

No último domingo, 10, o Flamengo sagrou-se o pentacampeão da Copa do Brasil 2024. Depois de vencer o primeiro jogo, no último dia 3, no Maracanã, bastava ao rubro negro um simples empate para levar o caneco, na realidade o quinto, nessa competição. Ao Atlético Mineiro só interessava uma vitória por três gols de diferença ou uma com dois gols para a copa ser decidida nos pênaltis. Com a Arena MRV, em Belo Horizonte-MG, estádio do Atlético, lotada, o time carioca se impôs pelo placar de 1 a 0 e é o campeão, justa e merecidamente.

Mesmo tendo a vantagem no marcador o time carioca foi muito superior ao galo mineiro e não seria surpresa nenhuma, se o placar terminasse mais elástico. Para chegar a esse resultado foi preciso trocar um técnico bolorento e carcomido, Tite, por um mais jovem e neófito na profissão, Felipe Luís, que em apenas nove jogos como comandante do rubro negro, conseguiu dar o equilíbrio que estava faltando a uma equipe aguerrida e acostumada a competir.

Após ser eliminado na Libertadores das Américas pela equipe do Penharol, do Uruguai e, em teoria, ter poucas chances de conquistar o Brasileirão desse ano, o Flamengo leva para a Gávea um dos três campeonatos mais importantes entre os disputados pelos clubes brasileiros, os dois já citados e a Taça Brasil.

Pena, que como já se tornou um lugar comum nesse combalido futebol brasileiro, a violência voltou a imperar dentro do estádio. Com o gol do equatoriano Gonçalo Plata, aliás um golaço, a torcida atleticana tomou consciência de que o título estava perdido e começou a falta de educação, civilidade e agressividade que toma conta das principais torcidas brasileiras. Situada atrás do gol defendido pela equipe rubro negra, começaram a atirar vários objetos em cima do goleiro, atormentando-o com raios laser no rosto com o intuito de prejudicar a sua atuação. Para culminar, lançaram um artefato explosivo, que atingiu um fotógrafo de campo e, que segundo notícias veiculadas pela mídia, vai obrigá-lo a submeter-se a uma intervenção cirúrgica.

Atrás do banco de reservas do Flamengo deu-se o mesmo fato, pelo menos sem explosivos, que atingiram vários jogadores, inclusive Gabigol, que já comemoravam o título. Claro, pois faltando pouco mais de dez minutos para o jogo terminar o galo das alterosas não teria condições da marcar quatro gols, que não tinha conseguido fazer em 80 minutos. Espetáculo deplorável que começa a afastar dos estádios as pessoas mais sensatas e mesmo famílias que levam seus filhos para os primeiros contatos com o espetáculo que é o futebol.

É querer demais da atual cúpula dirigente da CBF, órgão diretivo do futebol brasileiro, uma tomada séria para conter esses desmandos. Como se permite a entrada de morteiros e rojões dentro de um estádio completamente lotado, expondo em risco a vida de muitas pessoas. Nas competições a cargo da Conmebol, órgão máximo do futebol sul-americano, as penas são monetariamente e de suspensão de mando de campo rigorosas o que, em parte, minimiza esses desmandos que vemos em terras tupiniquins.

Se fôssemos um país sério, com homens sérios e não folclóricos na direção de muitos órgãos desse país, além de uma multa financeira pesada, o Clube Atlético Mineiro deveria ficar afastado de jogar em seu estádio por, no mínimo três meses. Mas, como aqui tudo acaba em samba, depois de alguns dias de esquecimento tudo vai ser varrido para debaixo do tapete e a baderna, como sempre, vai imperar. Enquanto as federações de futebol do Brasil forem comandadas por pessoas sem o mínimo preparo, apenas com o objetivo de se eternizarem nos cargos e terem, também, a missão de indicar o presidente da CBF, nada será mudado. Pobre futebol brasileiro que um dia, já foi o melhor do mundo.

Publicidade
TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.