A mãe e o filho amado a caminho do Calvário

A Voz da Diocese

a voz da diocese

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

O dia 15 de setembro é dedicado à Nossa querida Mãe Maria, sob o título de Nossa Senhora das Dores. Maria é aquela que diz sim ao Plano de Deus e aceita a cruz da missão de gerar o Filho de Deus feito homem e doar a vida por Ele. Nesta missão, a Mãe do Redentor experimenta as dores por amor ao seu amado Filho: a fuga para o Egito, a perda do menino, a Paixão, a crucificação, a morte e sepultura de Jesus.

 

PELOS OLHOS DE MARIA, as janelas de todo o cosmo e de toda a humanidade, perplexos, estupefatos, atordoados com tanta dor, aprendemos a silenciar o mistério, mesmo entre lágrimas, confiantes na vitória e Palavra divina. Quanta intensidade neste mergulho entre os olhares da Mãe dolorosa e do filho desfigurado, quantas mensagens infinitas de amor trocadas, caladas profundamente no silêncio do testemunho da vítima pascal e da única carne com Ele da Nova Eva que caminhava para ser crucificada também com Ele, como dizia São Guilherme, junto ao Novo Adão. Ali se uniam os três "faça-se": o do Gênesis, o de Nazaré e o do Getsêmani, para gerar uma nova criação, numa nova Aliança pela obediência e pelo "sim" de servos do Amor do Pai, uma nova humanidade na ordem da Graça. Também nós, pelos olhos de Maria, devemos contemplar Jesus no silêncio de amor, dizendo o nosso "sim", entregando-nos a Ele, como cooperadores de sua Paixão redentora, para estendermos sua salvação a todos os irmãos.

 

PELOS PÉS DE MARIA, apressados, sofridos, feridos, ao correr para o filho, ao se esforçar para firmar-se em frente e próximo ao fruto de seu ventre, injustiçado e chagado, enquanto era repelida e afastada pelos cruéis algozes e opositores, entre insultos e humilhações, aprendemos que devemos ser resilientes e manter a direção certa rumo a Jesus, sendo ridicularizados com Ele, nos identificando com o seu sacrifício, caminhando com Ele, nos aproximando sempre mais da sua cruz e do seu rosto, carregando com paciência a nossa cruz, sendo também Cirineus do Senhor nos irmãos, mesmo que o mundo cruel nos queira separar do seu amor redentor.

 

PELAS MÃOS DE MARIA, que acariciaram o rosto de Jesus, que, por segundos, tocaram a eternidade, entre suor, sangue e lágrimas e relembraram todo o carinho da Mãe amorosa ao seu filho no ventre, ao seu menino no colo, tocando e beijando várias vezes a sua face, protegendo-o das quedas nos primeiros passos e dos perigos da infância e da adolescência, com zelo e aconchego, que o acompanharam no abraço firme e sereno, confirmando-o na sua disposição jovem e adulta a cumprir a vontade do Pai com total obediência, a qual nem ela mesma conhecia completamente, aprendemos a tocar o rosto de Jesus, num encontro pessoal de amor, tocando também o rosto ensanguentado de nossos irmãos, marcados pela dor, sofrimentos, desfigurações do pecado e a não nos esquivamos deles. Vendo neles os meninos e meninas que devem também ser protegidos das quedas e curados dos ferimentos e machucados, acariciados pela misericórdia divina, os filhos que envolvidos pelos braços da Mãe Igreja, a exemplo da Mãe das Dores, passam da morte para a vida, pelo poder de Deus.

 

PELO CORAÇÃO TRANSPASSADO DE MARIA, cumprindo a dura profecia de Simeão, ferido pela espada da Palavra que se descortinava em Paixão, açoitado e desnudado pela ingratidão e ódio dos homens, coroado de espinhos pela humilhação e injustiça, dos golpes desferidos contra seu filho querido e amado, ultimados na lança fatal que também transpassará sua alma, aprendemos que também nossos corações missionários devem se associar a esse martírio-discipulado de deixar-se atravessar pela Verdade-Cristo, assumindo o ônus e a kénosis da missão de dar toda a vida pelo Evangelho do Amor-salvação. O grande exemplo: o coração imaculado e também transpassado de Nossa querida Mãe da Graça, a primeira discípula-missionária de seu filho, Jesus.

 

Ajudai-nos, Maria, nesta Sacra e difícil Via, a seguirmos por vossos olhos, por vossos pés, por vossas mãos e por vosso santíssimo coração transpassado, o Vosso amado e Santíssimo filho, Deus feito homem, Filho Redentor, cooperando nesta sempre urgente obra de salvação de todos os irmãos, na cruz-missão da Igreja! Amém.

 

Pe. Luiz Claudio Azevedo de Mendonça, membro da Academia Marial de Aparecida, Assessor Eclesiástico da Comunicação Institucional

Fonte: Revista de Aparecida

Publicidade
TAGS:

A Voz da Diocese

a voz da diocese

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.