Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Ibovespa batendo recorde!
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
Mas um recorde nada bom...
Enquanto escrevo este texto ainda é dia 16 e o principal índice da nossa bolsa brasileira, o Ibovespa, alcança a marca de 12 pregões negativos consecutivos. Segundo o Valor Data, é a maior sequência de quedas desde a criação do índice em 1968. Preocupante, não acha? Mas quais são os porquês deste cenário e como se proteger?
O primeiro ponto para entender diante desta realidade é a influência da política monetária sobre as atividades da economia real. Compreender o custo do dinheiro é fundamental para tomar suas decisões de investimentos. Com juros altos o dinheiro torna-se mais caro – e com dinheiro mais caro, menor incentivo ao fomento de novos negócios (ou, até mesmo, expansão de negócios já existentes). É uma lógica simples de risco e retorno. Já que títulos com alta segurança estão me trazendo boa rentabilidade, qual o sentido de assumir riscos desnecessários?
E voltando ao assunto de política monetária, você pode estar se perguntando o porquê de a bolsa brasileira refletir tão negativamente seu resultado diante do primeiro corte de juros na última reunião do Copom. Bom, aqui temos um detalhe de extrema importância para o contexto global: o banco central brasileiro tem certa relevância, mas ainda pouca diante do peso representado pelo banco central dos Estados Unidos. E por lá, vale ressaltar, tivemos novo aumento de juros e com espaço para juros ainda maiores nas próximas decisões do Fomc (o Copom dos EUA). O resultado, portanto, foi de forte direcionamento de capital para fora do Brasil – e quando nossa bolsa perde liquidez, a tendência natural é queda de preços.
Aproveitar o momento ideal é importante para alcançar resultados extraordinários. Mas nem sempre é possível encontrar o timing perfeito em suas operações e por isso existem ferramentas responsáveis por assegurar preços e proteger quedas.
Apesar da sequência de resultados negativos, por exemplo, recentemente vivemos uma forte alta do índice Ibovespa garantir os lucros seria fundamental para se proteger das quedas que vieram depois. Mas como fazer isso? Quais são essas ferramentas?
Agora entram em cena os derivativos. Aqui, você se compromete com operações futuras de compra e venda. Imagine-se, portanto, numa situação em que você tenha comprado ações da empresa X por R$ 42 e quer garantir o direito de venda a este mesmo preço para se proteger do possível cenário de queda. Basta ter comprado uma put no mesmo preço para, se necessário, exercer a venda do papel sem realizar o prejuízo.
Outras possibilidades, entretanto, também existem. Se você fizer combinações específicas entre call e put, estratégias diferentes podem ser estruturadas e abrem possibilidade, até mesmo, para o ganho dobrado no mercado de ações.
É um conhecimento, de fato, complexo e que exige muito estudo. Não ache que o mercado de derivativos é simples, pois você pode acabar confundindo algum detalhe responsável por atribuir resultado devastador em seu patrimônio. Contudo, é claro, o acompanhamento de um profissional da área pode ampliar seus horizontes e possibilitar boas experiências no mercado, mesmo em tempos de crise.
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário