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Fuja do óbvio no mercado de trabalho
Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
Existe uma expressão popular que diz: “O seu copo está meio cheio ou meio vazio?”. É uma metáfora sobre a forma que as pessoas têm de enxergar a vida: de maneira positiva ou negativa. Tudo é uma questão de perspectiva. Cada pessoa entende de uma forma particular as situações, mesmo as mais desafiadoras. E isso se aplica também ao momento atual que estamos vivendo em relação ao mercado de trabalho.
São inegáveis as problemáticas trazidas pela pandemia do ponto de vista econômico, social e consequentemente, nas vagas de trabalho em todo o planeta. E o Brasil, não diferentemente, também vive essa nova realidade que espanta, assusta e desafia muita gente.
Nesse pequeno espaço de tempo, muitas empresas faliram e fecharam suas portas definitivamente. No entanto, o mundo não parou. Outras surgiram, se reinventaram, aumentaram os seus rendimentos e mesmo diante da crise, criaram diversos empregos no momento de adversidade.
O momento pode ser visto de muitas formas. Para muitos como o lado cheio do copo para aqueles que querem buscar a realocação no mercado ou mudar de área. Como também pode ser visto como o lado vazio do copo, para aqueles que se sentem desmotivados e despreparados.
Meio cheio ou meio vazio?
Há pessoas que enxergam esse copo como ‘meio vazio’ e não estão buscando vagas ou recolocação simplesmente porque acham que está tudo parado e ruim. Há um pessimismo latente e notável. Com certeza você conhece alguém assim. Há até quem coloque a culpa no momento econômico brasileiro, alegando que não é o favorável diante da eleição do novo presidente.
No entanto, o levantamento brasileiro tem apontado para uma nova mudança de perspectiva, com ares de otimismo. O número de desempregados tem diminuído dia após dia, conforme dados do IBGE, e os números vem apontando para o melhor trimestre desde o ano de 2014.
A verdade é que o mercado de trabalho está recheado de oportunidades e a forma de olhar para o cenário atual pode impactar aqueles que estão buscando novos ventos ou mesmo os que querem empreender para mudar, de vez, de vida. Será que é o momento de apostar naquele sonho que sempre esteve na gaveta e coloca-lo em prática?
Na contramão do caminho seguido por muitos jovens adultos, a empreendedora, Thifany Rosa, tornou-se especialista em marketing digital e remoção de tatuagens antes mesmo de se formar e explica que pensar fora da caixinha, pode render bons frutos. E ela é prova disso: com 24 anos, Thifany já comprou sua casa própria, seu carro e acumula mais de seis dígitos em vendas através da internet.
“Busquei sempre atuar em espaços que eram pouco explorados pelas pessoas. Primeiramente, vi a necessidade de profissionais que fizessem a remoção de tatuagens e micropigmentação de sobrancelhas. Assim, fiz o curso e trouxe a tecnologia para a cidade. Com a pandemia, fechei o meu negócio por conta das medidas de isolamento. Nesse meio tempo, busquei não ficar parada e iniciei os meus trabalhos no mercado de vendas online e marketing digital. Tudo no começo me dava muito ‘medo’, mas tive que arriscar para poder mudar.”
Muitas empresas tiveram seus processos digitais acelerados pela pandemia, seja em relação à venda de seus produtos e serviços, mas também do modelo de trabalho. Principalmente para àqueles profissionais que se adaptaram bem ao modelo home office e continuam rendendo e dando resultados, mesmo fora da sua área de formação.
Apesar de ser bacharel em Direito, a empresária Lara Matos Barbosa, aos 25 anos, se viu diante de um mercado de trabalho novo com um 1,2 milhão de profissionais ativos em todo o Brasil, a advocacia autônoma. Em entrevista, conta que se redescobriu profissionalmente na área de turismo, deixando de lado a área jurídica.
“Penso que o Direito me ensinou muito ao longo dos anos de formação, mas realmente me encontrei profissionalmente e financeiramente em outra área. Ouvi muitas vezes falarem que o meu trabalho não me daria retorno financeiro. Persisti, e em pouco tempo, já havia mais de 800 clientes viajando por todo o planeta. Eu escolhi o Direito, mas o turismo me escolheu. Hoje, na contramão das carreiras tradicionais, sinto que estou no caminho certo”, acredita.
Para toda pessoa que resolveu inovar e mudar existiam outras muitas que a desacreditavam e justificavam com base no que aprenderam ser o correto. Nunca para quem arrisca e constrói futuros brilhantes, houve alguém que lhe dissesse que era um momento ‘seguro’ o suficiente para fazê-lo.
E nessas horas que você tem que ver como prefere olhar o copo. Se meio cheio ou meio vazio. Eu sugiro olharmos de forma mais otimista, encarando como uma oportunidade de crescimento e mudança, sempre acompanhando as novidades do mundo, para não ficarmos para trás.
Não importa se empreendendo, mudando de área ou buscando recolocação. A visão que se tem sobre a vida hoje vai ajudar na conquista de amanhã. É sempre melhor quando conseguimos olhar para o copo meio cheio, pois enxergamos mais oportunidades além de nossas montanhas.
Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
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