Um dos mais tradicionais e históricos clubes de Nova Friburgo, a Sociedade Esportiva Friburguense (SEF) elegeu, no último dia 4, o novo presidente do Conselho Diretor e os integrantes do Conselho Deliberativo para o biênio 2023-2024. Os associados foram às urnas, e ao todo, registraram 53 votos válidos, sem nenhum nulo ou em branco. A chapa única “Azul e Branca” confirmou as previsões, e Alexandre Corrêa da Silva, o popular Arlei, foi eleito presidente da SEF pelos próximos dois anos. Mathias Biba Borges será o vice.
Os demais nomes da nova diretoria do clube serão anunciados em breve, e a posse do novo Conselho Diretor ainda terá a data oficial marcada. Alexandre e Mathias vão substituir a dupla João Schlupp e Toni Ventura, que estavam à frente do clube desde 2018.
O novo Conselho Deliberativo, formado também através de votação dos associados, terá como membros efetivos: Jaqueline de Souza Nogueira, a Jaqueline do Bar; Carlos José Santos Valente; Pablo Araújo Honório; Antônio Américo Ventura (Tony); Bernardo Martins dos Santos; Márcio Athayde Raposo; Nélio da Silva Manhães; Diego Sarno Machado; Carlos Eduardo Neves; Everaldo Ferreira; Victor Hugo de Araújo; Cínthia Mezavilla; Ricardo Ferreira Ramos; José Lima Fernandes; Marcos Sanglard; Jax Pacheco Schuabb; Nilton Baptista; Francisco Quaresma; Paulo José Teixeira e Cleverson Demani Júnior.
Serão suplentes do Conselho Deliberativos: Jefferson dos Santos Breder; Paulo Cesar Charret ; Rosemberg Cunha Herdy; Rafael Alexandre da Silva; José Clóvis da Silva; Walter Silvestre Júnior; Daniel Abreu; Cristiano Mattos; Jéfferson Bárbio e João Marcelo Ferreira.
História do Clube da Colina
A Sociedade Esportiva Friburguense foi fundada por um grupo de alemães, com o nome de Deutscher Schul und Kirchenverein (Sociedade Alemã de Escola e Culto). O objetivo era construir um centro difusor da cultura teutônica, desenvolvida na Igreja Luterana. Em 1924 a Escola Alemã mudou-se para a sede do Caminho Reservatório (hoje Igreja de São Bento Abade, no bairro Ypu). Nesta sede a comunidade expandiu-se através de passeios, piqueniques, músicas e danças nas madrugadas, peças teatrais que atraíam brasileiros encantados com as louras e rosadas “fraulines”.
Em 1941 surgiu a Sociedade Alemã 21. O termo “alemã” só permaneceu devido às dívidas junto às fábricas Arp e Filó. Só mais tarde, então, o clube denominou-se Sociedade Esportiva Friburguense. A SEF, atualmente, é um patrimônio de Nova Friburgo e foi considerada de utilidade pública em 27 de setembro de 1979. Em dezembro de 2020 João Eduardo Marques Schlupp e Antônio Américo Pecly Ventura, o Tony Ventura, foram reeleitos presidente e vice do clube. Schlupp e Tony já comandavam o Clube da Colina no biênio 2018-2020.
Qual é a nossa identidade?
Esse texto parece um “copia e cola” de 2018. Quem acompanha a coluna desde então vai perceber semelhanças. Mas o que eu gostaria mesmo que se assemelhasse era a Seleção Brasileira com o Brasil que conhecemos. Um país que é pentacampeão, modelo e exportador de talentos. E não um país de jogadores moldados, a partir da base, para servirem ao mercado e aos interesses financeiros de clubes e empresários.
Afinal, qual a identidade da nossa Seleção? Este que vos escreve consegue assistir a um jogo da Argentina ou do Uruguai, por exemplo, e saber que ali está a essência de suas escolas. Marcação forte, ritmo cadenciado, intensidade. Times que inflamam os torcedores presentes ao estádio, e que conseguem aliar talento e estilo para manterem vivas as suas tradições – mesmo com evidentes limitações técnicas, especialmente na Celeste. Eles não têm a nossa capacidade de produzir.
O jogador brasileiro, desde os primeiros passos no clube de origem, aprende – ou deveria aprender – sobre tática, sistema de jogo e todos os outros fatores concernentes ao futebol. Mas não é raro abrir mão da qualidade e do talento em detrimento da força. O baixinho habilidoso perde espaço para o jogador mais privilegiado fisicamente. Para servir ao mercado, tornar-se “peça de exportação” e render financeiramente. E onde fica a nossa identidade?
Em que pese a nova configuração das cidades, com cada vez menos espaço para os campinhos de terra e locais para a prática do futebol sem estrutura – onde muitas valências eram desenvolvidas -, nós importamos o modelo europeu. E nos esquecemos da característica brasileira. Nossos laterais tornaram-se zagueiros, os meias são burocráticos e os pontas arriscam pouco. Não por falta de qualidade, mas pelo estilo de formação. A ida cada vez mais precoce para outros centros, principalmente europeus, faz o jogador brasileiro ser “o mais do mesmo”. A exceção, talvez, seja Neymar. Justamente aquele que mais demorou a pegar o seu destino no aeroporto, atuando por algumas temporadas no Brasil, e preservando um pouco da essência verde e amarela.
Todas as seleções evoluíram. O futebol, assim como o mundo, acompanhou a globalização. E nesse cenário precisamos nos perguntar: qual a identidade queremos para o futebol brasileiro? A nossa, que prioriza o talento, ou vamos nos render ao modelo “comum aos times comuns?” Dá tempo de rever. Tem gente boa surgindo. E eles precisam ser mais brasileiros dentro de campo.
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