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Oito dias em Bonito, um pedaço do paraíso no Brasil
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Na semana passada, mais precisamente no dia 7, foi meu aniversário e aproveitei para celebrar a nova idade com uma viagem. Mesmo com a variante Ômicron comendo solta e a velha mídia com seu filão inesgotável, o que não falta é a publicação diária do número de novos casos e do aumento da mortalidade. Mesmo assim, para não endoidar e tendo em mente que as medidas preventivas são indispensáveis (uso de máscara, higienização constante das mãos com água e sabão ou com álcool gel, evitar ambientes fechados e manter distância de pelo menos um metro e meio da pessoa que esteja na nossa frente), me dei de presente oito dias em Bonito, no Mato Grosso do Sul, local que ainda não conhecia. Na realidade bonito é um adjetivo pequeno para chamar esse pedaço de paraíso perdido no Brasil.
Para quem gosta de curtir caminhadas, banhos de rio, lagoa ou cachoeiras, ou seja, curtir a natureza, Bonito é uma excelente pedida. Só que aqui estamos falando de água doce, mas se você gosta de mar, outro paraíso perdido no Brasil é a ilha de Fernando de Noronha. Também um passeio inesquecível. Prepare o bolso, pois ambos são caros, porém vale a pena, principalmente se deixarmos em casa computadores, tabletes e qualquer coisa que nos mantenha conectados, exceto o celular e, somente, para uma urgência.
Pode-se chegar ao destino de duas maneiras, um voo do Rio até São Paulo, de São Paulo até Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul. De lá até o nosso destino são quatro horas e meia de ônibus ou carro, numa estrada muito boa. A outra alternativa é um voo direto de Campinas ou São Paulo para Bonito. O único problema é que esses voos não são diários. Mas, é bem menos cansativo. Por exemplo, na nossa volta foram 11 horas de viagem incluindo o tempo gasto no avião, na espera em aeroportos e no retorno para Friburgo.
A cidade tem (números de 2021) 22.421 habitantes e é uma estância turística, além de ter uma agropecuária em expansão. Por isso, reúne vários hotéis, pousadas e resorts, sendo que esses tem o inconveniente de ficarem distantes do centro da cidade. O que eu fiquei, o Zagaia, dista quatro quilômetros da Praça da Liberdade, que é a principal de Bonito. Como municípios com menos de 30 mil habitantes não tem Uber, para ir ao centro, só de táxi. Vários restaurantes, cujo cardápio principal é o peixe, com destaque para o pintado, o dourado, a tilápia e o tambaqui. Muito apreciada é a sopa de piranha, servida no restaurante Casa do João, próximo à praça; dizem os locais que ali se come melhor do que na Casa do Peixe, em Campo Grande e que já tem mais de 40 anos de fundada. Essa eu conheço, pois almocei ali pouco depois da sua fundação. É uma ótima pedida para quem pernoita na capital do estado.
Vale a pena pegar o táxi e conhecer a cidade, o comércio é bem variado. A loja (DiBonito Cachaça) que vende cachaça produzida no local e com sabores da região é uma boa pedida. Outra visita que vale a pena é a Casa do Vidro, especializada em objetos de vidro, o mais interessante, reciclados. São lustres, copos, jarros, vasos, abajures etc.
Por fim, os passeios de Bonito que, segundo um dos guias locais, são aproximadamente 60, eu listei os dez melhores, dos quais fiz três, a saber: Gruta do Lago Azul, em que se desce 280 degraus e chega-se a um lago de águas azul turquesa. Essa coloração e transparência da água acontecem devido à ação de minerais, principalmente o calcário no fundo do lago e da incidência do sol iluminando o interior dela; Gruta de São Mateus que curiosamente é em cima da montanha, mas de uma exuberância sem igual, no que diz respeito a estalactites e estalagmites. Estalactites são formações pontiagudas que partem do teto e estalagmites são as formações pontiagudas que partem do solo. Elas são espeleotemas, isto é, se formam através do gotejamento de água pelas fendas das paredes das cavernas de rocha calcária. E também a Fazenda Mimosa, na serra da Bodoquena, com trilhas e nove cachoeiras, todas aptas ao banho.
Tem ainda o Recanto Ecológico Rio da Prata, em que se vê o fundo do rio com uma variedade de peixes; Rota Ibirá Pe, com seu passeio de caiaque pelo Rio Formoso; Parque Ecológico Rio Formoso; Lagoa Misteriosa nome popular de uma caverna alagada com cerca de 220 metros de profundidade e onde também se pratica mergulhos com snorkel; Cachoeiras da Boca da Onça, também com trilha na serra da Bodoquena e o passeio em quadriciclo no Pantanal. Em todos, vemos uma diversidade de pássaros e peixes, além de macacos, jacarés e mosquitos. Por isso, repelente é um acompanhante indispensável.
Bonito vale a pena ser visitado.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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