Temendo repetir o mesmo cenário da greve dos caminhoneiros de 2018, que rsultou na falta de combustíveis nos postos da cidade, muitos friburguenses formaram filas ontem, 9, para abastecer seus veículos. Tudo por causa de paralisações pontuais que caminhoneiros autônomos promoveram desde quarta-feira, 8, em diversas partes do país, mas que não atingiram Nova Friburgo. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, 33 pontos de manifestação foram desmobilizados nas rodovias federais em todo o país. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, foram registradas manifestações no estado do Rio nas rodovias Washington Luís (BR 040), altura de Duque de Caxias; na BR-101 (Itaboraí), BR 493 e BR-465, além de rodovias em outros 14 estados. Em nenhuma estrada estadual, houve mobilização.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Nova Friburgo (Setcanf), Jackson Thedim, informou que além da paralisação, houve bloqueio das estradas, impedindo a passagem de caminhões, mas a Polícia Rodoviária Federal impediu que esses bloqueios continuassem, dando liberdade para quem quisesse continuar a manifestação, assim proceder, como para quem quisesse trafegar também. “Uma carreta e um caminhão da minha empresa foram parados num bloqueio na BR-101, na manhã de quarta-feira, 8. Na tarde do mesmo dia, conseguimos liberar o caminhão. A carreta foi liberada para prosseguir viagem na manha desta quinta-feira, 9.”, relatou ele.
Ainda de acordo com Jackson, a maioria das empresas de transporte de carga de Nova Friburgo, por precaução, decidiu não autorizar as viagens que ocorreriam na noite de quarta-feira. “Ficamos preocupados com a segurança de nossos motoristas e também das cargas e dos veículos”, disse. Mas, com a liberação das rodovias, as viagens começaram a ser autorizadas na tarde desta quinta-feira. “Isso traz um transtorno enorme para as empresas transportadoras. Toda carga que deveria estar chegando nessa quinta-feira, chegará somente amanhã, junto com as de sexta-feira, dobrando o fluxo e causando um gargalo, que só conseguiremos desfazer entre três e cinco dias de trabalho”, disse ele.
Movimento não tem apoio de entidades representativas
As paralisações, que chegam ao segundo dia, são organizadas majoritariamente por motoristas autônomos, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. E não são apoiadas por entidades representativas da categoria, como a Confederação Nacional de Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (TC & Logística), como informa em nota divulgada.
“A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística, manifesta total repúdio às paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do país, por influência de supostos líderes da categoria. Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz trecho da nota divulgada ontem pela entidade.
Presidente pede o fim das paralisações
Na manhã da quarta-feira, 8, o presidente Jair Bolsonaro divulgou um áudio, pedindo para que os grupos desbloqueiem as vias. Segundo ele, o movimento prejudica os menos abastados. No áudio, ele se dirige à classe falando que “os caminhoneiros são nossos aliados. Esses bloqueios atrapalham a nossa economia e isso provoca desabastecimento e inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então dá um toque nos caras, se for possível, para liberar as estradas e permitir que sigamos na normalidade.”
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