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Conta de luz vai pesar no bolso
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
O que devemos fazer é simples e se o texto desta semana se limitasse a isso seriam apenas algumas poucas linhas com dicas práticas de como economizar energia elétrica em casa e no ambiente de trabalho para reduzir os impactos da nova bandeira tarifária emergencial. A propósito, temos vivido meses tão atípicos e assombrosos que já não vejo a hora de cessarem as novas e tantas emergências (é auxílio emergencial, contrato emergencial e agora, em meio a tantos, a nova tarifa emergencial).
Contudo, antes de analisarmos como reduzir os impactos desse aumento na cobrança da energia elétrica, é importante entender o que está acontecendo dentro da conjuntura econômica, social e ambiental do Brasil. Antes de tudo, é importante relembrar, ainda estamos sofrendo as consequências de uma crise sanitária global e ninguém esperava – a ponto de ter um planejamento emergencial, olha só as emergências aqui de novo – passar por cenários pandêmicos. O mundo ainda está entendendo como conviver com uma nova doença e em nosso país não é diferente: os desafios socioeconômicos provocados pelo novo coronavírus e suas variantes são únicos.
Entretanto, em meio a esse caos, novos problemas antigos vieram à tona: a crise energética. Percebe como eu faço um jogo de palavras para evidenciar que a nossa realidade, neste quesito, não é nenhuma novidade? Os problemas de crise hídrica (e a capacidade hídrica, por sua vez, é nossa principal matriz energética) no Brasil não são de hoje. Há anos fala-se do mau uso de recursos hídricos e da necessidade da renovação da matriz energética do país, mas pouco tem sido feito para, de fato, solucionar o problema. Não cabe a mim, por não ser minha especialidade, me estender no assunto, mas especialistas mencionam que é o mau uso do solo uma das principais causas do cenário de escassez em diferentes regiões do Brasil. É no Centro-Oeste, o berço das águas, o local onde o agronegócio se instala e utiliza cerca de 70% de toda água consumida no país. O setor, por sua vez, está entre os mais desenvolvidos e importantes na nossa economia, mas precisa ser urgentemente repensado dentro dos atuais impactos socioambientais.
Partindo para uma análise transitória entre o macro e o micro, vemos um cenário onde a projeção de crescimentos do PIB já não é mais a mesma (cai pela terceira semana consecutiva) e a inflação não para de subir (já são 21 semanas consecutivas de aumento na projeção de inflação para 2021). A tendência, com o aumento da energia elétrica, é de aumentos mais expressivos na expectativa de inflação e impactos ainda maiores para uma população com mais de 14 milhões de desempregados. É momento de ficarmos atentos ao que está a nosso alcance e tomar as rédeas das nossas finanças pessoais a fim de deixá-las ainda mais enxutas e com reservas para caso o cenário se torne mais grave.
A partir deste mês de setembro até abril do próximo ano, a bandeira de escassez hídrica adiciona quase 7% de aumento às contas de luz que já tinham sido elevadas com a vigência da bandeira vermelha 2 – a mais alta até então. Portanto, para reduzir este impactos, é importante entender qual é o perfil de consumo elétrico na sua residência e racionar o uso. Condicionadores de ar e chuveiros elétricos, por exemplo, representam grande parte do consumo e precisam ser utilizados com consciência. Maquinas de lavar roupa e ferros de passar também podem ser utilizados de maneira mais inteligente quando são acionados menos vezes para a execução de mais volume de atividades. Ao invés de ligar o ferro e passar duas camisas, aproveite que já está aquecido para executar mais atividades e isso evita que, depois de frio, você precise acioná-lo mais uma vez e o consumo do aquecimento encareça um pouco mais sua conta de luz. São dicas simples, mas podem fazer diferença no seu bolso.
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
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