O juiz Marcelo Alberto Chaves Villas, da 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, determinou a transferência de Ricardo Pinheiro Juca do hospital penal psiquiátrico onde está, no Rio, para um presídio comum. Na sexta-feira passada, 13, ele atirou contra a mulher, grávida de 6 meses, e os sogros, na casa da família no Cônego. Morreram baleadas Nahaty Gomes de Mello, de 33 anos, e sua mãe, Rosimery Gomes da Cunha, de 67. O sogro, Wellington Braga Mello, de 75, sobreviveu e está hospitalizado.
O tabelião de 43 anos foi indiciado pela polícia pelos crimes de dois feminicídios consumados, aborto e tentativa de homicídio. Somadas, as penas podem chegar a 84 anos.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o réu à Justiça ratifica a conversão da prisão em flagrante em preventiva e determina a transferência. Segundo a decisão do juiz Villas, “a denúncia narra crimes bárbaros” e “inexiste prova de que o acusado sofra de perturbação mental”. O juiz assinala que, por ser praticante de tiro desportivo, o réu foi submetido a exame psicológico, sem restrição da capacidade cognitiva, pois tal exigência faz parte do Estatuto do Desarmamento.
Villas considerou também que o “surto psicológico” alegado inicialmente para cometer os crimes, de forma superficial, não justifica a presunção de inimputabilidade do réu.
Em postagem pública em rede social, uma parente próxima das vítimas contou detalhes da tragédia na casa do Cônego. Segundo ela, Nahaty teria sido alvejada enquanto estava deitada na cama, lanchando. Ela teria levado três tiros na cabeça e um na barriga. A mãe subiu as escadas correndo e também foi atingida. O pai levou dois tiros ao tentar sair pela porta. “Peço que meu grito seja ecoado para essas mulheres que se submetem a homens violentos, dominadores, ciumentos”, escreveu ela.
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