O índice de inadimplência das empresas no Brasil cresceu e chegou a 5,9 milhões em abril, revela um estudo feito pela Serasa Experian e divulgado nesta terça-feira, 25. O aumento de 0,5% com relação a março deste ano foi impulsionado principalmente pelos negócios que atuam em serviços, que bateu recorde na participação no total de devedores com crescimento de 0,9 ponto percentual, considerando todos os portes, enquanto os demais apresentaram redução ou se mantiveram no período.
Esta é a quarta alta consecutiva no total de empresas negativadas, um indicativo de que as empresas estão com desafios maiores neste ano. O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, comenta que “apesar da retomada parcial das atividades em todo o país, o poder de consumo da população segue em baixa e isso acaba se refletindo nas empresas. Muitas continuam com dificuldade de gerar fluxo de caixa e caem na inadimplência, também por conta da redução dos incentivos do governo e instituições financeiras. Isso tudo é agravado pelo aumento de casos e o consequente abre e fecha dos negócios, devido a decretos municipais que ditam as regras de flexibilização da economia durante a pandemia, o que aumenta ainda mais incertezas neste período”, comenta.
Micro e pequenas empresas são 92,4% do total de inadimplentes
Os negócios de menor porte continuam sendo a maioria dos inadimplentes, representando 92,4% do total em abril/21. Considerando apenas os micro e pequenos, o indicador mostrou alta de 0,3% em abril, com relação a março deste ano. O dado foi impulsionado principalmente pelo crescimento de 0,6% na região Sudeste. Nordeste (0,1%) e Sul (0,2%) também tiveram alta, enquanto o Norte não apresentou mudanças no período. O Centro-oeste foi o único a ter queda (-0,1%).
Na análise interanual, houve redução de 4,9% em abril, puxada pelo setor do comércio. Este apresentou a maior retração no período, de 6,7%, seguido por indústria (-5,6%) e serviços (-3,1%). O mesmo ocorreu na visão de todos os portes, que apresentou retração de 5,9% no período.
Rabi reforça que o comércio tem registrado menor participação entre os negativados porque os donos de empreendimentos deste tipo conseguiram se reinventar durante a pandemia, buscando novos canais de venda e conquistando novos clientes. Uma recente pesquisa da Serasa Experian mostra que 73,4% dos empreendedores estão vendendo online, principalmente via redes sociais.
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