A pandemia do novo coronavírus levou a população mundial a uma quarentena que já dura sete meses, especialmente para um grupo de pessoas: os idosos. Para conter a disseminação do vírus, uma das principais medidas é o isolamento social, obrigando as pessoas, de modo geral, a ficar em casa a maior parte do tempo possível.
No entanto, o isolamento pode causar algumas consequências negativas na saúde mental — hoje sabemos, não apenas dos idosos, como se pensava inicialmente — levando as pessoas a se sentirem sozinhas ou mais ansiosas do que o normal. E para quem já sofre de um transtorno mental, como depressão, o confinamento pode facilitar o agravamento do quadro.
De qualquer maneira, essa questão é especialmente importante no caso de pessoas idosas, que são o principal grupo de risco vulnerável a desenvolver complicações pela Covid-19 e, por isso, precisam ficar totalmente isoladas.
Em muitos casos, elas sentem falta da interação social e do contato com amigos e familiares. Confira algumas dicas para amenizar os impactos do confinamento para estas pessoas:
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Pergunte e converse sobre suas histórias antigas e reveja junto delas fotos de momentos importantes, que tragam boas recordações. Isso ajuda a dar sentido positivo às suas experiências e reforça sua importância na vida de familiares e amigos;
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Procure jogos de mesa, como damas ou dominó, por exemplo, para jogar junto. Os jogos podem ser uma forma de distração para os mais velhos e ajudam a “matar o tempo” e não focar apenas nas notícias sobre o coronavírus;
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Combine de assistir a filmes ou programas. A atividade ajuda a relaxar e, caso estejam separados, a dica é combinar de ver o mesmo filme simultaneamente, e comentar sobre ele depois;
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Para quem está longe, essa também é a hora de usar a tecnologia a seu favor. Troque mensagens com seus idosos e faça ligações e chamadas de vídeos sempre que possível;
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Reforce sempre que o isolamento é necessário, mas que essa fase é passageira e eles poderão sair e encontrar amigos e demais familiares novamente;
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Incentive-os a cuidar do corpo e fazer atividades que gostam, como dançar, cozinhar, ler, ouvir música, cultivar plantas ou tocar um instrumento. Busque na internet exercícios leves que podem ser feitos dentro de casa, como alongamentos e aulas de yoga;
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Se na casa houver um quintal ou uma varanda, é interessante que o idoso tire alguns minutos do dia para tomar sol, aproveitar para absorver vitamina D e tentar relaxar. Os horários mais indicados para tomar sol são antes das 10h e após as 16h;
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Criar uma rotina, com horários definidos para cada tarefa, ajuda a regular nosso relógio biológico e aumenta nosso o bem-estar. No caso de idosos que estão trabalhando em casa, isso é importante para separar as horas de trabalho das outras atividades;
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Tome cuidado para não infantilizar o idoso, porque isso pode afetar sua autoestima. Apesar de estarem mais vulneráveis, pessoas mais velhas não devem ser tratadas como crianças. Deixe que elas expressem seus desejos e opiniões e mantenham a autonomia. Ofereça ajuda quando for necessário. A rotina deve ser confortável para eles.
E quem está longe?
Essas dicas podem ser utilizadas tanto por quem mora em uma casa com idosos quanto por quem está distante nesse período. No segundo caso, faça contato com frequência, por meio de chamadas de vídeo, ligações ou mensagens, passe as dicas e informações necessárias, tente tranquilizar o seu ente querido e ajude na medida do possível (fazendo compras para ele no mercado e na farmácia, por exemplo). O mais importante é passar uma sensação de acolhimento para que a pessoa não se sinta tão sozinha.
É normal se sentir triste e desanimado em alguns momentos, principalmente diante de uma situação de mudança abrupta, em que é necessário se adaptar a uma nova rotina — não apenas os idosos, mas todos nós.
Respeitar os próprios sentimentos e emoções também é importante. A dica aqui é para tentar buscar medidas para aliviar a angústia e a ansiedade causadas pelo confinamento, tornando o período menos sofrido e diminuindo o risco de agravamento de casos de depressão e outros transtornos mentais.
(Fonte: Portal Drauzio Varella)
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