Apenas 16 médicos se candidatam para vagas em unidades de saúde de Friburgo

Um dos motivos para a falta de interesse pode ser os salários de R$ 1.600 a R$ 4.200, considerados baixos para a complexidade da função
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
Apenas 16 médicos se candidatam para vagas em unidades de saúde de Friburgo

Conforme divulgado por A VOZ DA SERRA na última segunda-feira, 21, a Prefeitura de Nova Friburgo abriu um processo seletivo simplificado para contratar pelo menos cinco clínicos gerais para suprir as demandas da Secretaria Municipal de Saúde, em especial do Hospital Municipal Raul Sertã, que tem sido alvo de queixas frequentes de cidadãos que não conseguem atendimento na unidade de saúde devido a recorrente falta de médicos.

A edição desta sexta-feira, 25, do Diário Oficial eletrônico do município trouxe o resultado preliminar da prova de títulos do referido processo seletivo. Chama a atenção que, apesar da crescente demanda, a oportunidade não atraiu muitos médicos. Ao todo, apenas 16 profissionais aparecem na listagem divulgada pela prefeitura.

Os salários variam de R$ 1.635,33 (para trabalhar em Unidade Básica de Saúde, com carga horária de 20h semanais) até R$ 4.262,87 (para trabalhar com plantonista de fim de semana, com carga horária de 24h semanais). Os médicos serão contratados por seis meses, prorrogáveis por igual ou menor período.

O baixo interesse dos médicos nas vagas oferecidas pela prefeitura pode ser justificada por uma série de fatores, como as condições da saúde pública municipal, que sofre com a falta de medicamentos e insumos, dificultando o trabalho e exigindo ainda mais dos profissionais. Os salários oferecidos, segundo profissionais da classe, também são considerados baixos para a complexidade e responsabilidade inerentes à função.

“Ficar anos estudando medicina para ganhar R$ 1.600? Era para ganhar, no mínimo, R$ 4 mil com 20 horas trabalhadas”, comentou um friburguense nas redes sociais de A VOZ DA SERRA. “Com esse salário não vão conseguir contratar ninguém. Aí vão dizer: ‘Abrimos vagas, mas ninguém apareceu’. E nisso vão deixando a população sem médicos”, disse outro.

UPA também vai contratar

Dias depois do anúncio feito pela prefeitura, a organização social (OS) Viva Rio, que administra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Conselheiro Paulino, também anunciou a abertura de um processo seletivo para contratação imediata e formação de cadastro reserva para vagas de diversos cargos na referida unidade de saúde.

Ao todo, serão contratados nove profissionais, sendo oito médicos (destes, quatro clínicos gerais e quatro pediatras), além de recepcionista. Os salários são de R$ 7.423,20 para clínicos gerais e pediatras e de R$ 1.238,11 para o cargo de recepcionista. Não será cobrada taxa de inscrição no certame.

As inscrições podem ser feitas até a próxima sexta-feira, 2 de outubro, através do endereço eletrônico http://www.vivario.org.br/app/vagas_friburgo/. O resultado preliminar do processo seletivo será divulgado no dia 13 de outubro. Já a homologação final e divulgação da lista de classificação dos candidatos selecionados será publicada no dia 23 de outubro no site da OS Viva Rio (http://vivario.org.br/processos-seletivos/), no Diário Oficial eletrônico do município e afixado visivelmente na UPA.

A falta de médicos

Têm sido recorrentes as queixas de pacientes com relação a falta de médicos, sobretudo, no Hospital Raul Sertã. No último dia 15, por exemplo, o assunto foi tema de manchete em A VOZ DA SERRA, na reportagem intitulada “Pacientes relatam que falta de médicos tem sido recorrente no Raul Sertã”. Na ocasião, os pacientes estavam sendo orientados a procurarem atendimento na UPA de Conselheiro Paulino, que ficou lotada já que teve que absorver o atendimento que não estava sendo feito no setor de urgência do Raul Sertã.

Procurada pelo jornal para comentar a falta de médicos, na ocasião o Governo Municipal informou em nota que “muitos desses profissionais estão na linha de frente do combate ao coronavírus e, em decorrência de suas rotinas, nem sempre estão disponíveis para atendimento na primeira hora”.

 

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TAGS: saúde | Governo