A coluna do Massimo publica nesta sexta-feira, 7, um tocante relato de um leitor que sobreviveu à Covid-19 e desejou dividir sua experiência.
“Meu nome é Vicemar Montechiare, estive internado no Hospital Municipal Raul Sertã em Nova Friburgo, e gostaria de contar um pouco do que vivi durante os 19 dias em que fiquei lá.
No dia 4 de julho fui internado devido a sintomas de febre e uma tomografia do tórax com resultado de mais de 50% dos meus pulmões infectados com a suspeita do assombroso Covid-19. Assim que recebi o resultado não acreditei muito, pois sempre apresentei um quadro gripal nessa época do ano, mas infelizmente neste ano não era tão simples: estamos falando de um vírus para o qual ainda não existe a cura.”
“Nesse dia começou a minha luta no combate ao nosso inimigo e pela minha vida. Fui encaminhado à parte da medicação sendo observado e monitorado, fiz o swab para ter a certeza do resultado, onde passei três dias até que comecei a ter a temida falta de ar... Fui direcionado ao CTI para que lá pudesse ser monitorado a maior parte do tempo e então lá passei mais dez dias de muita luta, medo, solidão, muitos altos e baixos, muita incerteza do que estava realmente acontecendo, mas durante os quais me mantive ‘tranquilo’ devido a todo o atendimento e carinho dos profissionais que ali estavam.”
“Após todos esses dias eu tive a graça de Deus de me manter em um quadro clínico bom para que eu pudesse ser transferido para a semi-intensiva, e dali ter a alta. Passei mais seis dias sendo observado para, aí sim, no dia 23 de julho receber a tão esperada alta e a minha nova data de aniversário, porque sim, eu nasci de novo.
Primeiramente eu agradeço a Deus por ter me dado a chance de continuar escrevendo a minha história, depois agradeço imensamente a todos que estão na linha de frente ao combate à Covid-19.”
“Estou falando de todos os profissionais do hospital, da recepção, serviços gerais, copeira, enfermagem, médicos, a todos sem exceção que estão sendo incansáveis e não me deixaram desistir de acreditar que eu sairia dessa.
Já em casa, minha família - que também foi incansável na luta junto com todos pela minha vida - me contou que precisei tomar uma medicação a qual o hospital não tinha e não tínhamos tempo hábil para agir de outra forma que não fosse comprando.
O meu propósito é passar para a população: consciência sobre o vírus, pois sim, ele existe e ainda não existe a cura; empatia / respeito / compaixão com quem está na linha de frente; existem sim muitas dificuldades no hospital, porém toda a equipe está sendo incansável na luta por todas as vidas".
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