No último dia 7, a Associação de Moradores de Amparo (Assamam), o Coletivo Vozes do Tiradentes, entre outros moradores do distrito se reuniram com o diretor da empresa Faol, Paulo Valente, por intermédio do presidente da Câmara dos Vereadores, Alexandre Cruz, para discutir a situação da localidade que está sem transporte público regularizado desde que parte da Rua Jerônimo de Castro e Souza e Souza, na altura da curva da morte, cedeu, após um temporal no final de dezembro de 2019.
Segundo o registro feito pelos representantes do distrito, o sentimento foi de frustração por não terem saído da reunião com uma solução. “Podemos dizer que existe uma sequência de erros que sustentam um círculo vicioso de transferência de responsabilidades: prefeitura - Defesa Civil e Faol. A empresa cobra da Defesa Civil o laudo que autoriza a passagem dos coletivos pela curva da morte e, inclusive, entregou cópias dos ofícios que foram encaminhados ao prefeito e à Defesa Civil.”, disseram em um manifesto. Os moradores também afirmaram que a Faol não justificou satisfatoriamente a retirada do micro-ônibus e não apresentou um plano viável pela manutenção do sistema de baldeação.
Os moradores ressaltam os 122 dias sem ônibus e pedem que o prefeito Renato Bravo resolva a situação. “O prefeito não faz valer o documento que foi assinado em fevereiro desse ano que exigia a implantação do serviço de transporte complementar – o pior – finge que o problema não existe, não cobrando a retomada do serviço que foi retirado sem nenhum comunicado”, afirmam os moradores. A prefeitura informou que a Defesa Civil enviou uma equipe de geólogos e engenheiros para vistoriar a Rua Jerônimo de Castro e Souza, mas até o momento, o laudo da vistoria não ficou pronto.
Evandro Rocha, representante do Coletivo Vozes do Tiradentes, que esteve na reunião e conversou com o diretor da empresa de ônibus e no encontro, Paulo Valente compartilhou o documento que a Faol enviou ao prefeito e Evandro se mostrou surpreso com a data de envio deste ofício. “Data do dia 3 de julho, ou seja, como se tivessem comunicado ao prefeito no dia em que a reunião foi agendada. Continuamos sem obra e sem transporte a mais de 200 dias. Há 36 dias a Defesa Civil fez uma vistoria com geólogos e engenheiros, até hoje o laudo não saiu, o prefeito não nos recebe. Estamos tentando desde o início do ano, sem sucesso.”, lamentou o morador.
“O risco muito grande”, diz diretor da Faol
Segundo Paulo Valente, há um risco iminente do restante do trecho da rua desabar e sem que haja garantia de segurança, não será possível disponibilizar o ônibus para fazer o serviço de baldeação. “Há um risco muito grande de deslizamento lá (Curva da Macumba). O talude está desbarrancando por debaixo da pista. Um ônibus quando passa ali ou um carro grande, causa uma vibração o que aumenta o risco de um desabamento e eu não vou colocar em risco os passageiros e os meus funcionários.”, afirmou o diretor.
Paulo ainda afirmou que sem um laudo da Defesa Civil que permita a passagem do coletivo a empresa não vai operar no local. “Emitimos um ofício à prefeitura informando que não vamos operar com esse serviço de baldeação até que a obra esteja concluída ou que tenha um laudo técnico da Defesa Civil informando que não há risco. Se tiver essa liberação eu coloco a linha inteira para rodar no Loteamento Tiradentes. Esse laudo eu estou esperando desde janeiro”, completou o diretor.
Paulo Valente conta com a compreensão da população de que o momento é de dificuldade, mas que a empresa tem feito o possível para adequar a situação e atender a população de Amparo. “Essa reunião foi muito boa porque a empresa teve a oportunidade de mostrar o cuidado que ela está tendo com a população e entendemos toda essa dificuldade, mas temos responsabilidade com os passageiros e com os funcionários”, observou.
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