Friburgo, 202 anos com a sensibilidade à flor da pele!

Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Não tem sido fácil vencer os dias da quarentena pelas razões que nos mantém em isolamento social. E o Caderno Z, consciente de seu papel de companheiro de jornada de todos nós, trouxe o tema “Saúde Mental”, justamente para nos ajudar a transpor o momento difícil da pandemia da Covid-19. Em pesquisa recente, constatou-se, entre as causas da depressão, ausência de crianças em casa e, paralelamente, a presença de idosos no “ambiente familiar”.

Eu penso que não resta dúvida de que a graça da criança é um bálsamo e não se discute. Mas, a presença dos idosos também encanta pela história de vida se soubermos respeitar esses queridos, que também já foram jovens. O especialista em psiquiatria, Danilo Cassane, observou que antes da pandemia, um dos grandes fatores para os transtornos mentais era a falta de tempo e, agora, com o tempo sobrando, muita gente não sabe o que fazer. Até porque o tempo ocioso está tomado por “uma carga emocional e medo que a gente tem diante do quadro alarmante da pandemia do coronavírus”.

Para amenizar a situação, o doutor Danilo ressalta: “Estamos ficando muito tristes, então, qualquer medida que usarmos para nos fazer rir é muito importante”. Igor Fonseca, instrutor do Estúdio Samsara, lembra que, no momento, a prática do yoga “torna-se uma das ferramentas mais disponíveis e eficientes para manter a saúde do corpo e da mente”. As redes sociais e muitos sites “viram comunidades de apoio” e atuam intensamente “oferecendo suporte emocional às pessoas que estão sofrendo com o isolamento social”.

Por tudo o que temos visto e vivido, que nós possamos fazer da reflexão a janela para um novo tempo. Como diz Wanderson Nogueira; “Quando esses dias estranhos passarem e as ruas estiverem cheias de novo, que não seja euforia vazia... consumo insano, brigas por nada, efemérides, superficialidades...”. Que seja mesmo um novo tempo de amadurecer.

Deixamos o Caderno Z e Vanessa Melnixenco, historiadora, está radiante numa bela entrevista para A VOZ DA SERRA. Perguntada sobre a sua expectativa quanto à pós-pandemia, “se as pessoas sairão melhores dessa tragédia?”, Vanessa responde: “Confesso que tenho certa desconfiança da humanidade, mas, ainda assim, prefiro acreditar que nada será como antes. É impossível sair ileso dessa pandemia...”.

Vinicius Gastin trouxe algumas curiosidades sobre o bolão, modalidade esportiva que existe há mais de 3.500 anos. Muito antes de o Brasil ser “descoberto” já existia o esporte. Para nossa cidade, sua prática é uma herança das colonizações suíça e alemã, difundida pelo Nova Friburgo Country Clube e pela Sociedade Esportiva Friburguense”, desde a década de 1950. Parabéns Vinicius, batendo sempre um bolão na história.

Sobre histórias antigas, quem tem sempre boas informações é a professora Janaína Botelho. Desta vez, ela nos relata sobre pandemias passadas e lembra como Nova Friburgo era procurada para tratamentos de saúde, sendo conhecida como “região salubre”. Lembra ainda que Machado de Assis, em 1879, tendo a saúde abalada, veio para se tratar, com aparência “cadavérica” e saiu daqui até “gordo”, se refazendo das “carnes perdidas e do ânimo abatido”. E concluiu: “Nova Friburgo é terra abençoada”.

A situação da pandemia continua exigindo muitos cuidados e restrições e há um impasse muito grande a se resolver entre flexibilização e quarentena. A saúde precisa da economia e, essa, por sua vez, precisa da saúde do povo. Que dilema! Há quem alegue que os dados de contaminação e mortes por aqui estão razoáveis. Mas, a cada dia, os números crescem. Há muitas perguntas no percurso dos acontecimentos. Que haja muita consciência para que as decisões sejam todas acertadas em nome da segurança de todos.

Os 202 anos de nossa cidade são festejados de forma diferente. Além das facilidades de festejar a data de modo virtual, que nós possamos fazer a festa dentro do nosso coração. Na bela página que o jornal promoveu para marcar o 16 de maio estou lá com uma trova: Com o céu azul que enfeita / nossa vida e diretriz, / Nova Friburgo é perfeita / para a gente ser feliz! Feliz cidade para todos nós...

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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