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O segredo de quem está tranquilo durante a crise
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
Já ouviu falar sobre reserva de emergência? Garanto, quem tinha a sua está passando com tranquilidade pela crise. Nas últimas semanas, muita gente tem visto a verdadeira necessidade do porquê ter uma reserva de emergência e como esta pode manter seu padrão e qualidade de vida, mesmo em meio ao caos financeiro provocado pela atual crise global. Mas, então, o que constitui a reserva de emergência? Como calcular seu valor ideal? Onde alocar o capital poupado? Tudo isso você vai aprender agora para poder começar a constituir a sua o quanto antes.
Como o próprio nome já diz, não há como saber o momento e o motivo de resgatar parte ou a totalidade da reserva, afinal será uma emergência; e poderá variar de uma doença grave à crise financeira global. Mas guarde, já, uma informação também muito importante: esta reserva também pode fazer parte de boas oportunidades que venham a aparecer no caminho.
O primeiro passo para começar a pensar na sua reserva, é conhecer a fundo suas finanças pessoais para chegar num valor médio e fidedigno (dedique um tempo ao estudo de suas finanças ou recorra ao auxílio profissional) de padrão de consumo mensal.
Agora, com o valor médio das despesas mensais em mãos, é hora de colher outros dados: a segurança do seu emprego, acesso à auxílios de seguridade social e planos de seguro privado, a realidade pessoal de cada integrante familiar responsável pela participação da manutenção financeira doméstica, e alguns outros pontos mais singulares para cada pessoa – mas já não há a necessidade em me estender mais. Enfim, são esses dados, a base para concluir o segundo passo: por quantos meses você pensa em suprir suas despesas sem contar com nenhuma geração de renda?
Reserva de emergência é isso, pensar em suprir necessidades extremas e considerar a geração nula de renda. A propósito, basta olharmos a realidade ao nosso redor. Os especialistas em finanças pessoais costumam definir um padrão de seis meses como parâmetro para uma reserva de emergência. Contudo, como consultor financeiro, eu prefiro ampliar este parâmetro: dependendo da singularidade de cada pessoa e contexto familiar, o prazo de abrangência desta reserva pode variar de três a nove meses. Portanto, defina, dentro destes critérios, o tempo mais adequado a sua realidade.
Somente aqui, no terceiro passo, você vai ser capaz de calcular o valor exato da sua reserva. Então vamos às contas a partir de um exemplo:
1º passo - Valor médio de consumo mensal = R$ 3.500
2º passo - Tempo suprindo o consumo mensal = cinco meses
3º passo - Valor da reserva de emergência: R$ 17.500
Por último, e longe de ser menos importante, é fundamental saber onde alocar sua reserva. Opte sempre por produtos financeiros de alta liquidez (de preferência imediata), com rentabilidade suficiente para suprir a inflação (rentabilidade alta não é o foco aqui) e baixa volatilidade (você não pode resgatar menos do que investiu para esta reserva). Para facilitar a interpretação, títulos públicos e fundos referenciados podem ser boas opções de alocação para a sua reserva de emergência.
No futuro, você pode passar por outras crises; valerá a pena ter uma reserva à sua disposição. Pense nisso com carinho.
Gabriel Alves
Educação Financeira
Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.
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