Começaram na segunda-feira, 2, as inscrições para a edição 2020 do Diploma Heloneida Studart 2020, premiação concedida anualmente pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A iniciativa tem como objetivo destacar ações, produtores culturais e movimentos culturais de todo o Estado.
Neste ano, a premiação homenageia o aniversário de 150 anos do nascimento do primeiro palhaço negro do país, Benjamin de Oliveira. As inscrições vão até o dia 8 de abril e podem ser feitas na internet através do formulário: https://forms.gle/qWedjSPgvAHzFp4x9. Segundo o regulamento, podem se inscrever pessoas físicas, instituições públicas e privadas de todo o Estado do Rio de Janeiro que atuem em um dos segmentos descritos nas regras de participação. As regras para a participação na premiação podem ser consultadas por meio do link https://tinyurl.com/rh2qvz5.
A divulgação dos selecionados será realizada até o dia 29 de maio no site da Alerj e nas redes sociais da Casa Legislativa e da Comissão de Cultura. A diplomação está programada para o mês de junho, em local a ser definido. "Seguimos firmes em defesa da cultura, em mais uma edição desse prêmio tão importante que é exatamente um instrumento de reconhecimento e incentivo para agentes, coletivos e instituições de ensino que atuam na área da cultura do Estado do Rio de Janeiro", disse o deputado estadual Eliomar Coelho (PSOL), presidente da Comissão de Cultura da Alerj.
Heloneida Studart foi uma escritora, ensaísta, teatróloga, jornalista, defensora dos direitos das mulheres e política brasileira. Ela foi seis vezes deputada estadual do Rio de Janeiro pelo Partido dos Trabalhadores. Natural de Fortaleza-CE, ela morreu em 3 de dezembro de 2007, no Rio de Janeiro, aos 75 anos, vítima de um ataque cardíaco.
Com 16 anos, Heloneida foi morar no Rio de Janeiro, estreando como colunista no jornal O Nordeste, onde suas opiniões já causavam polêmicas na época. De Fortaleza, ela trouxe os originais de seu romance A primeira pedra, publicado em 1953. Quatro anos depois, lançou o romance Dize-me o teu nome, premiado pela Academia Brasileira de Letras e laureado com o prêmio Orlando Dantas, do jornal Diário de Notícias. Em 1960, foi trabalhar no Correio da Manhã e, por várias décadas, atuou no jornalismo, apesar de ter se formado em Ciências Sociais pela Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Posteriormente, trabalhou dez anos como redatora da extinta revista Manchete.
Heloneida envolveu-se com as lutas populares e foi eleita presidente do Sindicato das Entidades Culturais (Senambra), em 1966. No entanto, por fazer oposição à ditadura militar, foi destituída do cargo e presa em março de 1969. Em 1978, com 60 mil votos, Heloneida foi eleita deputada estadual do Rio de Janeiro, pelo PMDB. Reelegeu-se em 1982, novamente pelo PMDB e participou da fundação do PSDB. No ano seguinte, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT). Na Alerj integrou comissões especiais, relativas aos direitos da mulher, no que diz respeito aos direitos reprodutivos; participou da apuração das condições de atendimento da população nessa área; presidiu uma comissão especial destinada a apurar as formas de arrecadação e distribuição dos direitos autorais no Rio. Além disso, fundou o Centro da Mulher Brasileira, a primeira entidade feminista do país; e o Centro Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim).
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