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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Mais uma comemoração que o Caderno Z não deixou escapar: a celebração do Dia Mundial da Arte – 15 de abril, oficializado em 2019 pela Unesco. A data fora escolhida, não ao acaso, mas para festejar o nascimento de Leonardo Da Vinci. Na propriedade de seu pensamento e agir, Da Vinci constatou:  “A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível”. Immanuel Kant considerou que “para produzir uma obra de arte não basta ter conhecimento sobre um determinado assunto – é preciso ter habilidade para fazer”. E habilidade é o que não falta em Maurício de Souza, um dos mais importantes cartunistas do Brasil.

Com sua arte, Maurício criou, entre outras obras, a Turma da Mônica  que agradou em cheio, não apenas o público infantil, mas todas as gerações que o acompanham até hoje. E ele destaca: “Quando comecei a desenhar, minhas referências eram os autores infantis, e Monteiro Lobato era um deles. Então, não tinha contato com os escritos de outros autores modernistas, embora meus pais fossem poetas...” Em entrevista, o cartunista explica: “Posso dizer que personagens como Chico Bento, que até foi atacado por ter falas caipiras e que hoje é visto como preservação de um jeito de viver e Horácio que já falava em ecologia há muitos anos, quando as crianças nem sabiam o que significava, são exemplos de que sempre é preciso ter um olhar próprio de nossa cultura e da leitura do nosso tempo...”.

“Pela arte, pensamentos tomam forma e ideais de culturas e etnias têm a oportunidade de serem apreciados pela sociedade em seu todo”. O filósofo grego, Platão, entendia a música como “o meio mais poderoso do que qualquer outro porque o ritmo e a harmonia têm a sua sede na alma (razão)...”. O pensamento de Platão está mais do que confirmado, pois a arte musical tem sido responsável pela tradução dos sentimentos humanos. Basta “morar” na filosofia do samba de Monsueto e Arnaldo Passos, que o Caderno Z tão bem ilustrou no tema. Interessante é que esse samba é mesmo uma construção filosófica, pleno de metáforas: “botei na balança e você não pesou... botei na peneira e você não passou...”. Então, se a arte está em processo diário de efervescência, de acordo com Maurício, “toda semana pode ser de Arte Moderna”.

Wanderson Nogueira, o artista das letras, colaborou: “De repente, é nesse momento do olhar atento, sem qualquer pretensão de desvende que nasce, por si, novas artes na mesma arte. Apreciador vira também artista...” - pois “somos tão únicos. Únicos como é toda arte e o que se capta dela, naquele instante, igualmente, único...”.

A arte de fazer charges é com Silvério que, sem qualquer palavra, traduz o nosso cotidiano. São as suas criações as intérpretes das situações em pauta; uma cidade pouco iluminada, um celular na mão, por exemplo, são convites ao vandalismo, o que prejudica a arte de fazer turismo e até, simplesmente, a arte de passear pelas ruas. A arte da educação também está afetada pela insegurança, pois muitas escolas estão redobrando equipamentos e ações para mais monitoramento. Quando se pensaria nisso? Em qual estação da humanidade estamos desembarcando, tendo na bagagem o medo de um ataque em ambiente escolar? Por conta disso, as escolas mudam rotina. Enquanto isso, em “Há 50 Anos”,  acontecia um surto em Nova Friburgo, divulgado pelo professor, Amaury Muniz: era o surto de manifestação de arte e cultura em nossa cidade, que fora promovido e estimulado pela Fundação Educacional e Cultural de Nova Friburgo.

Assim, vamos combinar um novo surto de boas ações, de belas artes, porque toda arte é bela!  Um surto solidário, de amor, para forjar o bem. Vamos festejar o Dia da Voz (16 de abril), em todos os dias do calendário. Não somente a saúde da voz que vem da garganta, como na “Campanha da Voz 2023”, mas a saúde da voz que vem de dentro do coração. Aquela voz afinada com a saúde de nossos melhores pensamentos e intenções de praticar o bem. Pode até ser clichê, mas só o amor constrói!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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