Conhece os sete vícios principais?

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Já ouviu falar nos sete pecados capitais? Também foram chamados de pecados mortais. São eles: orgulho ou soberba, inveja, ira, indolência ou preguiça, ganância ou avareza, concupiscência ou luxúria e gula. Estes sete pecados ou vícios descrevem a condição humana e foram elaborados por movimentos monásticos orientais e depois incorporados pelo Catolicismo com a finalidade de educar os membros desta igreja a compreenderem e controlar estes instintos básicos e, assim, se aproximarem de Deus. Para cada um destes vícios existe uma virtude oposta. E quando pensamos em sofrimentos psicológicos que atingem os seres humanos, não podemos deixar de ver a conexão deles com a dimensão espiritual, porque está tudo muito junto, muito entrelaçado.

Foram chamados de pecados mortais por serem, na visão dos indivíduos que elaboraram esta lista, os erros básicos de conduta dos quais derivam todos os outros vícios e comportamentos disfuncionais. A gula tem que ver com desejo exagerado por comida e bebida, chamado de intemperança. O oposto da gula é a temperança, que significa usar com equilíbrio o que é saudável e evitar alimentos e bebidas não saudáveis. Podemos ampliar o conceito de temperança e incluir a ideia de que ela se relaciona também com o equilíbrio no lidar com pensamentos e sentimentos, além de outras coisas na vida em que é saudável ter equilíbrio em vez de extremos.

A avareza produz a ganância, e significa apego excessivo e descontrolado aos bens materiais. Popularmente se chama de avarento a pessoa “pão-dura”. Dominado pela ganância a pessoa pode fazer qualquer coisa para conseguir o que deseja, sejam atitudes boas ou ruins. Da ganância vem o roubo, a corrupção, a idolatria, a falta de escrúpulos e a traição. O oposto de avareza é a generosidade.

A luxúria, concupiscência ou lascívia, é um desejo passional, carnal e egoísta por prazer sensual e material. É o apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes, sexualidade exagerada, sensualidade. A virtude oposta a luxúria é a castidade. A ira ou cólera, é um sentimento que expressa a raiva e o ódio por alguma coisa ou pessoa. Tem que ver com forte desejo de prejudicar alguém. A ira leva à violência, ao assassinato, crueldade e vingança. O contrário de ira é a paciência.

A inveja tem que ver com falta de misericórdia para com os outros, exagerado desejo por posses, status, habilidades e tudo que uma outra pessoa tem e consegue. O invejoso ignora as bênçãos que recebe e o que possui e cobiça o que é do próximo. A virtude oposta é a caridade. A preguiça gera rancor, covardia, desespero, é característica de uma pessoa com falta de capricho, não se esforça, é desleixada, lenta, não empreendedora. O oposto de preguiça é a diligência. 

O orgulho se conecta com soberba, arrogância, ideia de ser melhor que todos, hipocrisia. Para alguns teólogos este é o pior pecado ou estado do ego, vindo dele a vaidade, narcisismo, exaltação própria. O oposto de orgulho é a humildade.

Praticando estes vícios não só a própria pessoa se prejudica, mesmo tendo vantagens materiais e prazeres carnais passageiros, como os que dependem de alguma forma dela, também sofrem. Exemplo, políticos corruptos sofrem, mesmo negando isso, e fazem a população sofrer. Por outro lado, vencendo um dia de cada vez estes defeitos de caráter, todos se beneficiam individualmente, na família e na sociedade.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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