Sobre ser uma pessoa entregue

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

sexta-feira, 07 de fevereiro de 2020

Pois é. Comprometimento é virtude em falta, como se diz. Nem todas as pessoas conseguem, querem, gostam ou necessitam se entregar ao que se propõem a fazer. É bastante comum a meia entrega, aquela barrada pelo clássico “pé atrás” para tudo, por vezes somado àquela preguiça, prima daquela falta de motivação que mais funciona como travas do que qualquer outra coisa.

Muito se exige de todos nós. As cobranças são reais e comumente têm repercussões para além de seus contextos. Há pessoas que sentem o peso de tudo nas costas e mal conseguem deixar de curvarem seus corpos, tamanha sobrecarga que parecem suportar. Consequências físicas são sentidas. De fato, vivemos em uma sociedade bastante exigente sobre mil aspectos. Alguns insistem em abraçar todas as causas, tentar segurar o mundo na palma das próprias mãos e entregar-se completamente. Resta saber se as contrapartidas para tamanho esforço compensam incondicional empenho.

Somos como efeito dominó, em que a entrega de um pode refletir na entrega do outro, da mesma forma que a cobrança de quem está ao nosso lado, impacta em nossa vida gregária muito diretamente e assim vai. E quando o “gato sobe no telhado”? Já ouviram essa frase antes? É popular, mas o significado não é de conhecimento de todos. Parece significar o presságio de que algo vai dar errado. E muitas vezes, inegavelmente, a falta de comprometimento é justamente a mola que impulsiona o “gato” lá para cima.

A bem da verdade, a falta de entrega parece ser um traço existente em muitas das relações, sejam afetivas, laborais ou das mais diversas ordens. O efeito cascata parece também fazer morada nesse descompromisso que beira à aflição social.

Seja como for, entregar-se a um propósito, às missões assumidas, à vida do outro e ao bem social demandam um empenho que beira à resistência.

Publicidade
TAGS:

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.