Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Era dos cancelamentos virtuais
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
Que história é essa de cancelar gente? Juro que vi e não entendi. “ Fulano foi cancelado”. “Cancelaram Beltrano na internet.” Oi? Do que se trata o cancelamento de pessoas? O dicionário Aurélio traz como alguns dos significados do verbo cancelar “tornar sem efeito, anular, eliminar; suspender, suprimir”.
Bem, a mera tentativa de tentar anular ou eliminar ser humano eu já acho cruel por si só. Aliás, toda e qualquer forma de minimizar a existência de outra pessoa já é repugnante por natureza. O mundo virtual, em que todos nós de alguma maneira estamos inseridos e, em tese, guarnecidos por telas, tem apresentado algumas nuances difíceis de lidar.
Uma delas, justamente, vem ganhado corpo nesses novos tempos: o tal “cancelamento” de pessoas pelas redes sociais. O linchamento pelas redes sociais podem causar prejuízos das mais diversas ordens e o mais surpreendente disso é que ele vem acontecendo muitas vezes de forma natural, como se natural fosse, mas municiado de um volume muito grande de pessoas com atitudes simulares e intenção de prejudicar o alvo do momento. Tal como uma diversão.
E mais, a massificação de atuações pelas redes sociais por vezes é provocada pelo comando a robôs, com o intuito aparente de propagar informação falsa, denegrir imagem de pessoas, “coisificar” pessoas como se objetos, brinquedos, mercadorias fossem. Estranho mesmo, desde quando gente é produto? Como cancelar existências pelo impulsionar de dedos de gente ou de robôs em teclados de computadores e smarthphones?
Tempos difíceis. Achar graça das mazelas alheias e atuar, ainda que minimamente, para encorpar os discursos de ódio são condutas, a meu ver, irresponsáveis. E, por vezes, irreparáveis. Aquele ditado que muitos de nós aprendemos com nossos pais ainda crianças, de não fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco, nunca fez tanto sentido.
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário