Como digerir tantas más notícias?

Paula Farsoun

Com a palavra...

Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Pois então. Começamos com esta pergunta: como lidarmos com tantas notícias ruins? São muitas, de todas as ordens, de várias frentes. Não bastassem as informações sobre a própria crise sanitária que assola o planeta há quase dois anos, temos de enfrentar uma realidade desafiadora em diversos aspectos.

Vejamos algumas das tristes notícias dos últimos dias... enfrentamos uma crise institucional no Brasil sem precedentes no cenário democrático; péssimas notícias no campo político; burburinhos de corrupção; inúmeras queimadas em Estados do Norte e do Centro-Oeste, animais mortos, vegetação em chamas; aumento nos números de violência doméstica no Brasil e em nossa cidade, feminicídios e outros crimes chocantes que nos tiram a paz, o fôlego e a esperança; aumento do número de pessoas desempregadas; variante delta se alastrando ; índices de inflação aumentando;  alimentos da cesta básica cada vez mais caros; gasolina quase custando R$ 7, o litro; conflitos no Afeganistão; mulheres afegãs em extremo desespero; Israel bate recorde de número de casos de Covid-19 etc, etc, etc.

Como enfrentarmos a ideia de sermos partes da História, com h maiúsculo, personagens de um tempo cujos registros futuros denunciarão uma era de múltiplas dificuldades? Bem, não tenho a resposta. Sei que se eu tentar me desconectar das manchetes ou me esquivar de informações ruins, não vai mudar a realidade dos fatos que é justamente a existência deles. O tique-taque da bomba relógio não vai pausar. As coisas continuam acontecendo, mesmo que individualmente tentemos nos desconectar delas. Isso é um fato.

É preciso refletirmos sobre isso. Somos células integrantes de um organismo universal. Somos seres componentes da sociedade. Tudo isso que está a ocorrer, de alguma maneira é problema nosso, nos diz respeito, precisa contar com nossa potência transformadora. Somos mais de sete bilhões de pessoa. Pode parecer que a inércia de apenas um de nós diante da dor e do caos não fará diferença. Mas penso que fará sim. Somos um mais um mais um mais um e assim sucessivamente. O primeiro que puxa uma fila do bem, da generosidade, da construção de algo melhor, de uma mudança positiva, pode ser simplesmente o início de uma força transformadora. E cada um que fizer algo de bom, pode contribuir muito fortemente para o bem de uma pessoa, de um grupo, de uma sociedade inteira. Acredito nisso. Se até a esperança se esvair, como vamos sair dessa? 

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Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.

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