Inspirações

Wanderson Nogueira

Palavreando

Aos sábados, no Caderno Z, o jornalista Wanderson Nogueira explora a sua verve literária na coluna "Palavreando", onde fala de sentimentos e analisa o espírito e o comportamento humano.

sábado, 11 de setembro de 2021

Ao me desvencilhar das formas que me impunham, abandonei os tabus e abracei a felicidade. Porque o movimento da vida impede que eu paralise, ainda que me possibilite o dom de observar. 

Eu poderia ficar observando a lua cair para detrás daquela montanha até o sol surgir, ainda que o sol não surja de lá. Mas a imaginação fantasia nossas mais divinas horas e é dela — a imaginação — que surgem as melhores invenções. 

De livros de poesias a máquinas, de músicas a placas que transportam conteúdos variados para todas as partes.  E, de repente, inventar, reinventar ou repetir de formas novas ou diferentes. 

Assim, é navegando pela biblioteca dos séculos que percebemos que tudo sobre absolutamente tudo já foi escrito. Mas, ainda assim, o que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano. Talvez seja mesmo muito inútil aquilo que a gente não percebe. 

Após lavar as louças do jantar, concluí que a vida é uma inconsequência do cotidiano. Perfeito mesmo só as crianças. Depois que envelhecem desaprendem a perfeição. Talvez, um e outro consigam tapear o mundo e não permitam que todo movimento do tempo lhes façam menos infantis. 

Possivelmente, estão na categoria dos intensos. Pena que intensos morram mais cedo. Se esgotam da vida, nem sempre saciados. Não aceitam apenas sobreviver e um tanto quanto vaidosos, buscam viver mais do que poderiam.

Será que você pode mesmo fazer o que quer? Será que podemos certos quereres? O que sei é que coração vazio pesa. Pesa menos se se é feliz com os prazeres do descompromisso com ansiedades. É a tal percepção que o paraíso não faz sentido sem seus diabinhos humanos. Então, talvez estejamos, aqui e agora, no paraíso. 

Eu vivo, porque vivo da forma que vivo, e ponto. Ao abandonar as formas que me impunham, fui menos tabus e mais felicidade. 

Sou um resolutivo acelerado que até entende que quem tem muito pra falar, não tem nada pra dizer. Mas, inimigo do fim, confesso amar as reticências. O que vem antes e depois delas serão sempre inspirações. 

 

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(Foto: Freepik)
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