Tarifas mínimas

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Deve ganhar repercussão nos próximos dias a necessidade de ser revista, nesse período de pandemia, as tarifas mínimas cobradas pelas concessionárias de água, gás e eletricidade, da indústria e do comércio. Não só em Nova Friburgo, mas em todo o país.

Suspensão da cobrança

Com boa parte do comércio fechado e com a indústria paralisada, como cobrar as tarifas mínimas para quem não consumiu nada. Em tempos de entrada zero, seria mais do que justo que a cobrança fosse sobre o consumo e não baseada na tarifa mínima. A iniciativa poderia partir das próprias concessionárias, mas também poderia ser determinada pela prefeitura, no caso específico da água.

Pagar pelo que consumir

A tese da excepcionalidade é defendida, inclusive, pelo ex-presidente da Cedae, Wagner Victer. Ele argumenta que “alguns parâmetros comerciais sejam temporariamente revistos, pois foram estabelecidos dentro de conceitos e regras existentes em uma atividade econômica normal e contínua”.

Argumentos não faltam

Wagner Victer continua: “Fui durante oito anos presidente da Cedae e sempre defendi a tarifação mínima em uma relação comercial contínua, até porque é uma forma de dar retorno aos investimentos realizados pelas concessionárias de serviços públicos. Porém não é justo, nesse momento, que concessionárias, especialmente nos segmentos tarifários voltados a indústria e ao comércio, dos mais afetados e que tiveram trágica queda na demanda, continuem cobrando a tarifação mínima”.

Perdem todos

Fato é que as empresas foram forçadas a paralisarem suas atividades. Num período de excepcionalidade os encargos mínimos deveriam ser liberados para se cobrar somente o valor consumido. Os setores sentirão quando as contas chegarem. No atual momento, o risco para as concessionárias é o aumento da inadimplência que acarretará, inclusive, perdas para as próprias concessionárias.

Produtores rurais

Preocupação com os produtores rurais de Nova Friburgo, especialmente com os que vivem da agricultura familiar. Muitos deles produzem para a merenda escolar. Com a política de isolamento social e a consequente ausência de aulas, a produção deles perde esse destino.

Merenda escolar

Como não há ainda, como em outros municípios, uma política de destinar a merenda das escolas para famílias de alunos que precisam, perdem todos: alunos que podem estar passando sérias dificuldades e os produtores que perdem esse recurso importante para seus próprios sustentos.

Queda de 20%

Aliás, a Ceasa de Conquista - responsável por escoar boa parte da produção de hortifrútis da região - não foi obrigada a fechar as portas. Seguem as orientações de higienização da Organização Mundial de Saúde. Segundo os produtores, houve queda nos negócios, estimadas em 20%.

Flores

Alguns consideram a queda pequena diante da gravidade do momento. No entanto, há uma queda, ainda que menor que o previsto, que atrapalha os negócios. Sem dúvida, da nossa produção rural, nenhuma foi mais afetada que o mercado de flores. A produção segue, mas com demanda bastante reprimida.    

Palavreando

“Coragem não é a ausência de medo, mas a capacidade de admiti-los e enfrentá-los. É ação com o coração, mais do que na morfologia da palavra em sim. Há certa ingenuidade na coragem e é essa ingenuidade que garante a nobreza do ato”.

 

 

 

 

Foto da galeria
Belíssima foto de Renato Tuller, compartilhada pelo movimento Siga Friburgo no Instagram. Que a foto nos inspire a querer poder curtir essa paisagem tão cotidiana que foge às nossas observações corriqueiras. Mais do que isso: que as ruas estejam vazias, como na foto, e, que respeitemos as recomendações de não aglomeração. Ir à rua, só para o necessário
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