Pais x escolas particulares

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Pais x escolas particulares
Quase que dobrou o número de reclamações no Procon contra instituições de ensino privadas no Estado do Rio de Janeiro. O aumento foi de 79% em comparação ao ano letivo de 2019. O número se explica, obviamente, pelo contexto da pandemia, onde pais tiraram filhos das escolas, inadimplência ou tentativas de negociação de redução de mensalidades não obtiveram sucesso.

Mutirão de negociação
Diante do cenário, o Procon promove no próximo mês um mutirão virtual de conciliação entre alunos e instituições de ensino privadas. O evento acontecerá nos dias 22, 23, 24, 25 e 26 de março. Os consumidores podem participar através do link: forms.gle/2J9BkoyL8M1v7Uf99. O mutirão virtual foi a saída encontrada diante do contexto da pandemia para que as negociações ocorram em segurança, sem que haja aglomeração.

O tamanho do rombo
Ainda não se tem precisão sobre o aumento no percentual da evasão escolar, inadimplência e desistência em relação a 2019 para 2020 e 2021. O fato é que o aumento foi brutal, atingindo especialmente escolas de educação infantil (creche e pré-escola). Só em Nova Friburgo, pelo menos duas instituições exclusivas deste segmento fecharam as portas. Instituições que têm outros segmentos de ensino também foram atingidas, mas sentiram menos o peso das perdas. O ensino superior (faculdades) focaram nas aulas à distância para evitar perdas.

Inscrições para as instituições
O mutirão do Procon com instituições de ensino contempla todos os segmentos: educação infantil, ensino fundamental, médio e também superior, ou seja, desde as creches às universidades. As instituições convidadas poderão confirmar participação e tirarem dúvidas sobre o mutirão através do e-mail mutiraovirtual@procon.rj.gov.br .

Pesquisa com famílias
Na polêmica da volta às aulas, boa parte das escolas particulares têm feito pesquisas junto às famílias sobre se mandarão seus filhos para as aulas presenciais ou não em caso de liberação mesmo sem vacina. Aguardam-se os resultados.

Tá bom assim”
Já nas faculdades, muitos alunos torcem para que as aulas presenciais não voltem, especialmente, os alunos que moram em outros municípios ou mais distantes do campus que estudam. Se acostumaram com as aulas virtuais, ainda que sintam saudades daquelas aglomerações.

EAD
Fato é que o ensino virtual fará parte do novo normal, com um percentual considerável de aulas nesse formato nos cursos presenciais. Independente da pandemia, a legislação atualizada em 2019, portanto antes da Covid-19, permite através da portaria 2.117 que no ensino superior presencial, até 40% das aulas possam ser no ambiente virtual. Nos demais segmentos foi aberta exceção por conta da pandemia, mas não é regra com validade para o pós-pandemia, ainda.

Virtual, não
No ensino médio há uma discussão mais avançada, mas não encerrada sobre ter de 20% a 30% de aulas virtuais. No entanto, a medida aprovada pelo Conselho Nacional de Educação, em 2018, não evoluiu e tem fortes contestações. Mesmo no ensino superior presencial, para se ter os 40% de aulas virtuais há uma série de regras, entre as quais, nota superior a 3 de 5 em indicadores específicos do MEC e a oferta só pode ser em até dois dos cinco dias de aula na semana.

Ensino híbrido
O mercado consolida essa ampliação das aulas virtuais no ambiente presencial como ensino híbrido. Antes da pandemia não era a opção número um da maioria. Se a mudança de visão sobre isso será legado ou não da pandemia, só o tempo dirá. Fato é que instituições de ensino superior, especialmente as maiores, veem seus custos reduzirem em média 30% com a menor contratação de professores. Se essa redução é repassada para a mensalidade e se a qualidade se mantém ou cai, aí é outra história.

Sem cota de TV?
Sem nenhuma receita e com prejuízos acumulados, o Friburguense não sabe ainda se receberá algum valor de cota de TV pelo Campeonato Estadual. Mesma situação dos demais clubes eliminados na seletiva. O contrato fechado com a Record TV prevê R$ 3,9 milhões para cada um dos quatro clubes grandes, enquanto os oito chamados “pequenos” teriam direito, individualmente, a R$ 1,3 milhão. Mas, e os times da seletiva? A Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) tenta um acordo para contemplar os eliminados, uma vez que na letra fria do regulamento faziam parte da primeira divisão.

Se vier, insuficiente
Os valores são bem inferiores aos do contrato da TV Globo até o ano passado. Por isso, mesmo que em fatia muito menor, há resistência em dividir parte dos valores já considerados baixos com Friburguense, Americano, América, Sampaio Corrêa e Cabofriense. Fato é que se vier algum dinheiro de TV, este não será suficiente para cobrir os custos contraídos na competição. Mas também será melhor do que nada.

Cada jogo, uma fortuna
A pandemia, além de tirar a receita dos ingressos, tornou os jogos mais caros. Cada partida que o Friburguense fez em casa teve o custo de R$ 17 mil. E, isso, sem contar salários e estrutura de grama, água, lanche etc. Os R$ 17 mil contemplam apenas ambulância, arbitragem e testes de Covid-19 para todos os jogadores, titulares e reservas, comissão técnica e gandulas. A obrigatoriedade dos testes encareceu ainda mais algo já caro. O futebol profissional está cada vez mais inviável para clubes pequenos e sem investimentos externos.

Palavreando
O tempo não admite ser apenas um relógio no pulso ou no celular. Ele passa. E a vida passa pelo tempo sem que ambos queiram se casar.

 

 

 

Foto da galeria
Se no fim do arco-íris há um pote de ouro, então o ouro é Nova Friburgo. Flagrantes da natureza na beleza da nossa cidade.
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