Agremiações mantêm eventos

Wanderson Nogueira

Observatório

Jornalista, cronista, comentarista esportivo, já foi vereador e deputado. Ufa! Com um currículo louvável, o vascaíno Wanderson Nogueira atua com garra no time de A VOZ DA SERRA em Observatório, sua coluna às terças e quintas.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Agremiações mantêm eventos
Mesmo com o adiamento dos desfiles de carnaval para maio, proposto pelas próprias agremiações, as escolas de samba de Nova Friburgo mantêm a programação de ensaios e eventos em suas quadras. A Unidos da Saudade, por exemplo, programa para este domingo, 16, o lançamento do seu samba-enredo. Nas redes sociais, a roxo e branco deu um spoiler do que vem por aí com o que provavelmente é um dos refrões: “O samba é o aço que resiste, sentimento que persiste e faz o meu povo cantar...”

Samba da Unidos da saudade
A Unidos da Saudade, depois de alguns anos, resolveu não realizar a disputa da escolha do samba-enredo e é a única do grupo especial que ainda não revelou o seu hino para este carnaval. A escola falará sobre a indústria metalúrgica. A gravação do clipe aconteceu no último fim de semana e a peça deve ser revelada no lançamento do samba. A Unidos da Saudade tem tido eventos variados às sextas-feiras e sábados.

Ensaios na Vilage e Imperatriz
A Vilage no Samba, atual campeã, tem mantido seus ensaios gerais aos domingos. A verde e branco de Duas Pedras, que vai cantar o sertão, também teve a volta dos seus concorridos bailes de sextas-feiras. As duas escolas que tiveram disputa de samba-enredo já finalizaram esse processo ainda em dezembro. A Imperatriz de Olaria, que tem enredo indígena, apresentou seu samba oficial já na voz de seu intérprete Kaísso, domingo passado. No dia 23, fará sua tradicional feijoada e programa agenda de ensaios- shows. Já a Alunos do Samba programa eventos para a reconstrução do seu barracão.

Jogo de cintura
Nos bastidores, a decisão de sugerir à prefeitura o adiamento dos desfiles, teve, claro, como base o aumento de casos de Covid-19 e o surto de gripe, mas também foi uma antecipação a um provável cancelamento do carnaval. Para evitar a decisão fácil de simplesmente cancelar o evento, as agremiações mostraram maturidade e jogo de cintura no otimismo de que até maio haverá segurança sanitária para realizar os desfiles.

Outro lado
Por óbvio, ter o carnaval em maio – se tiver – traz outros problemas. O frio dessa época do ano é um deles. O feriado ser municipal também afasta turistas e restringirá à folia aos moradores locais. Outro problema considerável, mas absolutamente contornável, será o prazo menor para realizar o desfile de 2023, previsto para 20 de fevereiro. Serão apenas oito meses para fazer todos os preparativos. É desfilar – que assim seja – e já ter na cabeça o enredo do ano seguinte.

Entre a certeza e incerteza...
Ter o carnaval em maio é uma incógnita que dependerá em como se comportará a pandemia. No entanto, para as agremiações e toda cadeia produtiva que envolve o carnaval, melhor essa incerteza do que a certeza do cancelamento de fevereiro. O avanço vacinal e a percepção que a vacina tem amenizado sobremaneira os sintomas das doenças traz otimismo. Outro ponto favorável é de que em março chega a nova vacina contra a gripe que combate a variante H2N3. Se houver planejamento acelerado, em abril, boa parte da população terá a possibilidade de ter esse imunizante aplicado.

E a festa da cerveja?
A realização do carnaval em maio traz uma quase certeza um tanto quanto óbvia. Não será em 2022 que teremos a volta da festa da cerveja. Ainda que jamais tenha sido prometida pela gestão atual, é a memória afetiva dos friburguenses que grita. A realização dos dois eventos simultaneamente soa estranha, por conta das estruturas e claro dos investimentos. Se não tiver carnaval será por conta da pandemia, o que impede também a realização do evento cervejeiro. Ou seja: é um ou outro ou nenhum dos dois.      

Janeiro branco
Menos badalado que o Outubro Rosa ou o Novembro Azul ou o crescente Setembro Amarelo, surge o movimento Janeiro Branco. O objetivo da campanha é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições humanas. Janeiro foi escolhido por seus termos simbólicos e culturais, quando as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, em suas relações sociais, em suas condições de existência, em suas emoções e em seus sentidos existenciais.

Saúde mental e emocional
Com a máxima de que campanhas geram conscientização, combatem tabus, mudam paradigmas, orientam os indivíduos e inspiram autoridades, o Janeiro Branco pretende ser fonte de ações e de reflexões. Para quem não sabe, a campanha é realizada desde 2014 e mergulhados pelo segundo ano na pandemia, se torna ainda mais essencial. A ideia é que a iniciativa para além dos mentores, motive a realização de palestras, oficinas, cursos, workshops, entrevistas midiáticas, caminhadas, rodas de conversa e abordagem de pessoas em todos os lugares nos quais as pessoas se encontram.

Bolsas Faperj
Depois de muitos anos de espera, finalmente os alunos de iniciação científica e tecnológica, mestrado, doutorado e pós-doutorado em todo o estado terão aumento em suas bolsas de pesquisa financiadas pela Faperj, a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio. O Governo do Estado dará um reajuste de 25%, o que significa que um aluno de mestrado, por exemplo, que recebe R$ 1.600 passará a receber uma bolsa de R$ 2 mil ao mês. Os reajustes entrarão na folha de janeiro, com pagamento previsto para fevereiro. O aumento beneficiará mais de seis mil bolsistas da Faperj em todo o Estado.

2011 – Cicatrizes
Dia 11 para 12 de janeiro de 2011, datas que os friburguenses para sempre lamentarão. Mais de 400 vidas ceifadas da noite para o dia na tragédia climática que não escolheu pobres ou ricos e atingiu toda a cidade. Saudade de todos que se foram, cuidados especiais com todos aqueles que carregam traumas daquele tormento. A cultura de prevenção talvez não tenha se firmado como ideal com o passar dos anos e cabe às autoridades não esmorecerem nesse sentido.

Negacionismo climático
As mudanças climáticas seguem aceleradas, vide o verão friburguense sem a aparição do sol e com temperaturas baixas. Portanto, negar que as mudanças climáticas não estão nos atingindo é negar a realidade que está na nossa cara. Infelizmente, a tragédia de 2011 não fez de Nova Friburgo uma cidade sustentável, tampouco regenerativa. Há tempo, para que novas tragédias não recaiam como irresponsabilidade coletiva.    

Palavreando
“As pás, enxadas e britadeiras consertam o que a chuva levou. A poeira baixa. A lama seca. A água lava... O que se despedaçou conserta. O que se perdeu se recupera. Quem se foi não se esquece... Lembranças”.

 

 

 

  • Foto da galeria

    Se o mar não está para peixe, os rios não estão para banhistas. O trocadilho sofrível, no entanto, serve de alerta para os que, mesmo com o tempo de chuvas constantes, gostam de um banho de rio. É preciso atenção redobrada por conta das cabeças d´água que aumentam repentinamente o nível de rios e poços. O Encontro dos Rios (Lumiar), por exemplo, apresentou em todos os seus pontos um nível maior de água com elevações muito ligeiras. Mesmo ficar à beira das pedras pode apresentar riscos de acidentes.

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