As montanhas brindaram Nova Friburgo no seu aniversário

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Nova Friburgo tem flores...

Céu azul, clima gostoso...

Tem cultura, seus valores

E um progresso virtuoso!

                                             

O dia 16 de maio de 2024 chegou em Nova Friburgo cheio de brilho, tornando suas cores mais resplandecentes. A alegria das montanhas movimentou as árvores que acenavam ao povo da cidade e faziam um coro com os ventos vindos do mar. Aves piavam nos galhos, cachorros latiam nas casas, cavalos relinchavam nos pastos, micos e maritacas faziam arruaça nos pinheiros. Foi um dia de festa em que a cidade comemorou 206 anos de vida, um belo tempo feito de amor, esperança e labor.

Moradores desfilavam pela Avenida Alberto Braune, enquanto crianças corriam pelas calçadas. Os friburguenses relembravam o passado das pessoas que participaram da construção da cidade vindas de diferentes lugares do mundo, do Oriente ao Ocidente, que atravessaram rios e oceanos, subiram montanhas em tropas de mulas, fincaram raízes e se puseram a trabalhar nas terras altas e frias da Serra do Mar. Um lugar coberto pelo verde da Mata Atlântica que abrigou os índios, seus primeiros habitantes. De início, a região era uma vasta e densa floresta.

Com orgulho, Nova Friburgo festejou seu aniversário com as portas abertas. Acenou com reconhecimento e respeito aos antepassados pelos esforços empreendidos. Salve os indígenas, africanos, portugueses, suíços, alemães, italianos, espanhóis, libaneses, japoneses, húngaros e austríacos! Salve os brasileiros! Foram povos que desenharam a cidade com força e suor, queijos e chocolates, comidas típicas e artesanato, fábricas e edificações, hotéis e clubes de futebol, danças e cantos.

Desde sempre Nova Friburgo acorda cedo para trabalhar. É também um lugar festeiro e acolhedor a quem aqui chega para sentir o cheiro da natureza, degustando boa comida, vinhos e cervejas ao som das matas ainda preservadas e das águas que correm sobre seu solo. É um lugar habitado por pessoas corajosas, capazes de enfrentar as intempéries da natureza.

Suas montanhas relembravam o passado cheio de conquistas e lembranças saudosas, como a da Maria Fumaça que cantava “Café com pão! Café com pão! Café com pão!”, enquanto subia e descia a montanha carregada de alimentos, correspondências e encomendas, levando e trazendo moradores, vendedores e turistas, transportando pessoas que precisavam das matas friburguenses para curar seus males. 

Quando o sol se pôs e a lua clareou o céu, as montanhas viraram trovadoras e começaram a declamar suas trovas.

    Amor à primeira vista                                     Os povos foram chegando,

                   Friburgo tem qualidade                                  ficaram aqui raízes

                  E quando chega... o turista                             e a cidade alegrando

        Sai morrendo de saudade!                             Com as pessoas felizes!

 

Do Oriente ao Ocidente,                                      Nas terras altas e frias

  Venceram rios e mares,                                     em meio a serra do mar,

    e aqui foi chegando gente                                  a esperança abriu as vias

         que ergue na terra os seus lares                       para a terra prosperar

 

Com vasta densa floresta,                                Trazia correspondências,

   No verde da Mata Atlântica                              encomendas e alimentos...

                 Com a paisagem de festa                                Trazia até influências

Tornou-se a vila romântica                              que despertava talentos...

 

O trem subia e descia

E trazia as novidades...

E a fumaça de maria

Perfumada de saudades...

 

Esta coluna homenageia a trovadora friburguense Elisabeth Souza Cruz.

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Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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