Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
As montanhas brindaram Nova Friburgo no seu aniversário
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Nova Friburgo tem flores...
Céu azul, clima gostoso...
Tem cultura, seus valores
E um progresso virtuoso!
O dia 16 de maio de 2024 chegou em Nova Friburgo cheio de brilho, tornando suas cores mais resplandecentes. A alegria das montanhas movimentou as árvores que acenavam ao povo da cidade e faziam um coro com os ventos vindos do mar. Aves piavam nos galhos, cachorros latiam nas casas, cavalos relinchavam nos pastos, micos e maritacas faziam arruaça nos pinheiros. Foi um dia de festa em que a cidade comemorou 206 anos de vida, um belo tempo feito de amor, esperança e labor.
Moradores desfilavam pela Avenida Alberto Braune, enquanto crianças corriam pelas calçadas. Os friburguenses relembravam o passado das pessoas que participaram da construção da cidade vindas de diferentes lugares do mundo, do Oriente ao Ocidente, que atravessaram rios e oceanos, subiram montanhas em tropas de mulas, fincaram raízes e se puseram a trabalhar nas terras altas e frias da Serra do Mar. Um lugar coberto pelo verde da Mata Atlântica que abrigou os índios, seus primeiros habitantes. De início, a região era uma vasta e densa floresta.
Com orgulho, Nova Friburgo festejou seu aniversário com as portas abertas. Acenou com reconhecimento e respeito aos antepassados pelos esforços empreendidos. Salve os indígenas, africanos, portugueses, suíços, alemães, italianos, espanhóis, libaneses, japoneses, húngaros e austríacos! Salve os brasileiros! Foram povos que desenharam a cidade com força e suor, queijos e chocolates, comidas típicas e artesanato, fábricas e edificações, hotéis e clubes de futebol, danças e cantos.
Desde sempre Nova Friburgo acorda cedo para trabalhar. É também um lugar festeiro e acolhedor a quem aqui chega para sentir o cheiro da natureza, degustando boa comida, vinhos e cervejas ao som das matas ainda preservadas e das águas que correm sobre seu solo. É um lugar habitado por pessoas corajosas, capazes de enfrentar as intempéries da natureza.
Suas montanhas relembravam o passado cheio de conquistas e lembranças saudosas, como a da Maria Fumaça que cantava “Café com pão! Café com pão! Café com pão!”, enquanto subia e descia a montanha carregada de alimentos, correspondências e encomendas, levando e trazendo moradores, vendedores e turistas, transportando pessoas que precisavam das matas friburguenses para curar seus males.
Quando o sol se pôs e a lua clareou o céu, as montanhas viraram trovadoras e começaram a declamar suas trovas.
Amor à primeira vista Os povos foram chegando,
Friburgo tem qualidade ficaram aqui raízes
E quando chega... o turista e a cidade alegrando
Sai morrendo de saudade! Com as pessoas felizes!
Do Oriente ao Ocidente, Nas terras altas e frias
Venceram rios e mares, em meio a serra do mar,
e aqui foi chegando gente a esperança abriu as vias
que ergue na terra os seus lares para a terra prosperar
Com vasta densa floresta, Trazia correspondências,
No verde da Mata Atlântica encomendas e alimentos...
Com a paisagem de festa Trazia até influências
Tornou-se a vila romântica que despertava talentos...
O trem subia e descia
E trazia as novidades...
E a fumaça de maria
Perfumada de saudades...
Esta coluna homenageia a trovadora friburguense Elisabeth Souza Cruz.
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
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