À frente da multidão de sofredores e desalentados, relacionou o Mestre as bem aventuranças, destacando, com ênfase, a declaração de que os mansos herdariam a Terra. A afirmativa, porém, soou entre os discípulos de maneira menos agradável. Tal asserção não seria encorajamento à ociosidade mental?
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Diante dos companheiros, André leu expressivo trecho de Isaías e falou, comovido, quanto às necessidades da salvação.
Comentou Mateus os aspectos menos agradáveis do trabalho e Filipe opinou que é sempre muito difícil atender à própria situação, quando nos consagramos ao socorro dos outros.
Jesus ouvia os apóstolos em silêncio e, quando as discussões, em derredor, se enfraqueceram, comentou, muito simples:
Mateus discorria, solene, sobre a missão dos que dirigem a massa popular, especificando deveres dos administradores e dificuldades dos servos.
A conversação avançava, pela noite a dentro, quando Jesus, notando que os aprendizes lhe esperavam a palavra amiga, narrou, sorridente:
— Um reino existia, em cuja intimidade apareceu um grande partido de adversários do soberano que o governava. Pouco a pouco, o espírito de rebeldia cresceu em certas famílias revoltadas e, a breves semanas, toda uma província em desespero se ergueu contra o monarca, entravando-lhe as ações.
Comentava-se, na reunião, as glórias do saber, quando o Cristo, para ilustrar a palestra, contou, despretensioso:
No curso das elucidações domésticas, Judas conversava, entusiástico, sobre as anomalias na governança do povo, e, exaltado, dizia das probabilidades de revolução em Jerusalém, quando o Senhor comentou, muito calmo:
— Um rei antigo era considerado cruel pelo povo de sua pátria, a tal ponto que o principal dos profetas do reino foi convidado a chefiar uma rebelião de grande alcance, que o arrancasse do trono.
Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso. Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado: “Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor. Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao trono do eterno.
Inclinara-se a palestra, no lar humilde de Cafarnaum, para os assuntos alusivos à devoção, quando o Mestre narrou com significativo tom de voz: “Um venerado devoto retirou-se, em definitivo, para uma gruta isolada, em plena floresta, a pretexto de servir a Deus. Ali vivia, entre orações e pensamentos que julgava irrepreensíveis, e o povo, crendo tratar-se de um santo messias, passou a reverenciá-lo com intraduzível respeito. Se alguém pretendia efetuar qualquer negócio do mundo, dava-se pressa em buscar-lhe o parecer.
Como houvesse o Senhor recomendado nas instruções do dia muita cautela no julgar, a conversação em casa de Pedro se desdobrava em derredor do mesmo tema.
— É difícil não criticar — comentava Mateus, com lealdade —, porque, a todo instante, o homem de mediana educação é compelido a emitir pareceres na atividade comum.
— Sim — concordava André, muito franco —, não é fácil agir com acerto, sem analisar detidamente.
Depois de vários depoimentos, em torno do direito de observar e corrigir, interferiu Jesus sem afetação:
Falava-se na reunião, com respeito à preponderância dos sábios na Terra, quando Jesus tomou a palavra e contou, sereno e simples:
Comentavam os apóstolos, entre si, qual a conduta mais aconselhável diante do Todo Poderoso, quando o Mestre narrou com brandura: