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Uma festa julina para não se botar defeito
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Conforme disse na minha primeira coluna, pós retorno da Europa, viagem agora só pela América do Sul e Brasil, mas o bom mesmo é Cabo Frio. E, no último fim de semana, dias 6 e 7, foi realizado o arraial caipira do nosso condomínio, aliás uma festa que era tradicional, mas que com a pandemia foi esquecida, e lá se vão quatro anos. Até que esse ano nossa comissão festeira teve a brilhante ideia de reeditá-la. Por incrível que pareça, a presença foi maciça. Das 17 casas que formam o nosso condomínio, 14 estão ocupadas, todas exceto a minha com moradores fixos, e o salão de festas ficou repleto de pessoas e comidas típicas.
Cachorro quente, salsichão, os caldos tradicionais de abóbora, caldo verde, canjiquinha e ervilha, além do milho verde se juntaram às batidas de limão e de coco, seguidas dos doces tradicionais como o arroz doce, a canjica, os pés de moleque, paçoca, cocada e outras coisitas mas. Não faltou a fogueira que agora tem um toque de modernidade, pois pode-se comprar nas boas lojas do ramo. Escolhe-se o volume de lenha que se quer usar e ela já vem no tamanho adequado. O legal que ao terminar a festa basta recolher as cinzas e jogar na lixeira. É o mesmo processo das lareiras, mais rápido e limpo. Só ficou faltando a batata doce que assada no braseiro, fica uma delícia.
Nosso condomínio do Braga, em Cabo Frio, é sui generis, pois as famílias mais antigas moram lá há mais de 15 anos, e as mais recentes foram acolhidas e aderiram ao espírito festeiro do local. Apesar de Cabo Frio ter crescido muito, hoje ele supera Nova Friburgo em número de habitantes e o bairro do Braga tornou-se muito movimentado, principalmente por ter a Praia do Forte nas proximidades. Nossa rua é tranquila e as noites são silenciosas, o que garante um sono tranquilo e reparador. Essa tranquilidade só é quebrada nas férias de verão, pois por ser um balneário, o número de veranistas é muito grande, principalmente, de mineiros e moradores da Baixada Fluminense.
Infelizmente, a má educação e os vícios de conduta são trazidos de casa, o que torna o trânsito um caos, a cidade fica com muito lixo espalhado, ou seja, uma bagunça generalizada. Ainda bem, como diz o cabofriense acostumado à sua paz rotineira, que a temporada dura apenas dois meses e meio.
No restante do ano e nos fins de semana a cidade costuma receber turistas, mas de um nível diferente, pois são casais jovens com filhos que ainda não frequentam as escolas, que optam pelos hotéis ou pousadas. São de um nível diferente daqueles que alugam uma casa para 15 a 20 pessoas. Essa é uma característica antiga da cidade e que, infelizmente, veio para ficar. É a época de um trabalho constante dos limpa fossas, dos lixeiros e dos zeladores dos edifícios. Acredito que um turismo mais ordenado e bem explorado seria muito mais lucrativo, mas como nem os políticos locais se preocupam, creio que não há nada a ser feito.
Aliás, classe política terrível essa de Cabo Frio que herdou tudo de ruim do antigo Estado do Rio de Janeiro, antes de ser juntado ao próspero Estado da Guanabara, por questões políticas. A cada ano que passa, sai prefeito entra prefeito, a cidade é um buraco só, a saúde pública um caos e a segurança pública cada vez mais complicada. Os vereadores não ficam atrás, nessa mediocridade, pois se aliam ao prefeito e a oposição nada consegue de útil. É a verdadeira oligarquia política a serviço de uns em detrimento da maioria. Ou se descobre uma maneira de se monitorar o político anualmente, com perda de mandato se for inoperante, ou tudo continuará como está com a mediocridade, com raríssimas exceções, imperando a nível municipal, estadual e federal.
Max Wolosker
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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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