A subversão da ordem

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 01 de dezembro de 2021

Transcrevo abaixo duas matérias às quais tive acesso, como introdução da minha coluna: Após vídeo em que uma mulher reclama de banheiros unissex de uma unidade do McDonald's em Bauru-SP, dizendo entre outras coisas que são "um absurdo" e "uma imundice", a rede de fast food retirou da porta do estabelecimento a placa onde se via o desenho de três bonecos, mostrando que ali era bem-vinda pessoa de todos os gêneros. A imagem viralizou no último dia 12, e o episódio provocou pelo menos duas proposições de leis na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) e também mais duas na Câmara Federal proibindo esse tipo de banheiro.  (htps://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/11/21/banheiro-unissex-mcdonalds.htm)

No último dia 12, uma moradora da cidade de Bauru, interior de São Paulo, fez um vídeo que viralizou nas redes sociais. Ela criticou a existência de um banheiro inclusivo, também chamado de banheiro "multigênero", em uma loja do McDonald's. Ela chegou a comparar a existência do banheiro como "comunismo".

"Eu não admito isso na minha cidade. Não quero usar banheiro com homem, sou contra isso. Eu não aceito. Quero que todos os vereadores de Bauru deem um jeito nisso. Cada cidade que cuide da sua cidade, vigiem os banheiros públicos, de restaurantes. Quero que todos vigiem. É um absurdo, criança usar o mesmo banheiro. É o comunismo na cidade de Bauru. Uma vergonha", afirmou a mulher no vídeo. (https://queer.ig.com.br/2021-11-13/banheiros-inclusivos-mcdonalds-pessoas-trans.html).

São duas notícias veiculadas por sites das redes sociais, ambos de oposição ao Governo Federal e que dão margem a uma discussão sobre o tema, desde que não apareçam os adeptos do politicamente correto, para tentar impor sua verdade “incontestável”. A minha visão diz que quando Deus criou o homem, achou que ele não suportaria viver só, e de uma costela sua, criou a mulher para ser sua companheira. Daí termos os representantes do sexo masculino, denominados “homens” e os do sexo feminino, denominados “mulheres”. À medida que a humanidade evoluiu, surgiram modificações de conduta, que muitos atribuíram a uma doença e outros a uma modificação de orientação, levado a cabo por alterações cerebrais e não hormonais, como muitos pensaram. Assim tivemos homens que adotaram condutas típicas da mulher e, vice versa. A história da humanidade está cheia de relatos desse tipo.

Como não poderia deixar de ser, as modificações da compreensão dos hábitos humanos fizeram com que o pensamento do bicho homem fosse sofrendo transformações e que diversas condutas fossem assimiladas e aceitas pela sociedade como um todo. Mas, em princípio homem é homem e mulher é mulher; as pessoas que se sentem de maneira diferente, têm todo o direito de assumir suas preferências e viverem de acordo com essa orientação diferente, mas sem esquecer que se têm pênis são homens e se têm vagina, são mulheres.

Os hermafroditas verdadeiros e pseudo hermafroditas (essa diferenciação é necessária em função da genitália que pode ser ambígua ou indefinida) também têm direito de seguirem a sua orientação e serem aceitos pela sociedade; é por isso que se faz o estudo genético, para tipificar o sexo cromossômico e definir o verdadeiro estado civil do indivíduo. Mas, mesmo que, cromossomicamente, seja homem, mas se assuma como mulher, o seu desejo tem de ser respeitado. Ainda existe na Endocrinologia um distúrbio chamado testículo feminizante, em que ao invés de secretar testosterona, secreta estrogênio. O cariótipo (cromossomas que definem o sexo) é XY (masculino) e as características sexuais do indivíduo, femininas. É uma mulher, esteticamente, com uma conduta masculina.

Eu não gostaria de entrar num banheiro e dar de cara com uma mulher, assim como uma mulher não gostaria de dar de cara com um homem ao fazer suas necessidades. Também não gostaria de ver meu filho ou filha, pequenos, serem bombardeados com a tal “identidade de gênero”. Da mesma maneira que não deveria existir o dia da Consciência Negra e sim o da Consciência Universal em que não importaria ser branco ou preto, as pessoas deveriam ser aceitas pelo que são e respeitadas por isso. Não haveria o problema de consciência que muitos que fizeram a cirurgia para mudar de sexo têm, algum tempo depois. Tivessem mantido seu sexo genético e assumido seu sexo psicológico, talvez estivessem muito mais tranquilos e felizes.

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