Nave da missão Dart colide com o asteroide Dimorphos

Max Wolosker

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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Um grande asteroide pode ser uma ameaça ao chocar-se com nosso planeta e ocasionar problemas na nossa estabilidade, entre eles, se cair no oceano, provocar um Tsunami. Por isso tomei conhecimento de uma missão da Nasa, realizada na última segunda feira, 26, e resolvi trazer ao conhecimento dos leitores, dado o seu ineditismo e a sua importância futura, na proteção do planeta Terra.

 O ímpeto em acelerar o desenvolvimento de defesas planetárias foi impulsionado pela queda de um asteroide de 18 metros de diâmetro na cidade de Chelyabinsk, na Rússia, que gerou uma onda de choque e causou danos a seis municípios. A explosão feriu mais de 1.600 pessoas e causou danos estimados em US$ 30 milhões (cerca de R$ 153,5 milhões). Apesar do susto, impactos do tipo são comuns na história da Terra. Diariamente, objetos caem na atmosfera do planeta e são queimados pelas suas proteções naturais. O perigo real surge quando o corpo mede mais de 100 metros de diâmetro, pois esses têm mais chances de não se desintegrarem e são mais difíceis de detectar.

De acordo com a Nasa, a entrada de meteoros e cometas do tipo ocorrem uma vez a cada 20 mil anos. Asteroides maiores, como o responsável pela extinção dos dinossauros há quase 66 milhões de anos, com aproximadamente dez quilômetros de diâmetro são mais fáceis de serem notados com antecedência. (https://www.terra.com.br/byte/ciencia/nasa) 

Por isso, com o objetivo de testar defesas contra ameaças à Terra, a Nasa, agência espacial americana, cumpriu na última segunda-feira, 26, mais uma fase da missão Dart (em inglês: Teste de Redirecionamento de Duplo Asteroide), que pretende mudar a trajetória de um corpo celeste capaz de causar problemas ao planeta, no futuro. Uma aeronave viajará a cerca de seis quilômetros por segundo em direção ao meteoro Dimorphos, pequena lua de 160 metros de diâmetro que ronda o Sistema Solar e, se tudo der certo, o impacto modificará sua órbita.

 Eram 20h14, quando aconteceu o momento mais histórico e crucial da missão Dart (Double Asteroid Redirect Mission): a Nasa conseguiu jogar uma nave espacial em um asteroide. A colisão, a 22 mil quilômetros por hora, foi um sucesso — mas ainda levará um tempo para sabermos se teve os resultados esperados. A nave foi, provavelmente, completamente destruída — sabíamos que seria uma missão suicida. O asteroide Dimorphos, também como previsto, deve ter ficado apenas com uma cicatriz (uma cratera em sua superfície).

Se tudo correu como o planejado, ele foi "empurrado", como em um jogo de bilhar cósmico, e mudou levemente de trajetória. Mas só confirmaremos se (e quanto) sua órbita foi alterada com observações nas próximas semanas e meses. Este foi o primeiro teste real de defesa planetária da nossa história. O objetivo é, basicamente, ver se conseguiríamos, com esta técnica, desviar um possível asteroide que estivesse perigosamente em direção à Terra. Tudo foi transmitido ao vivo, com impressionantes imagens do espaço registradas pela câmera Draco (Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical Navigation), que estava a bordo da nave e também foi destruída. Pudemos ver a superfície do asteroide, com suas rochas e texturas, em detalhes.

Mais imagens devem ser divulgadas pela Nasa nas próximas horas ou dias, registradas por um pequeno satélite italiano LICIACube, que viajou como passageiro da nave e se separou dela na última semana, ficando a uma distância segura do impacto. Ele sobreviveu para contar história e deve ter filmado todo o processo, inclusive a cratera de impacto que ficou na superfície do asteroide.

Uma mudança muito pequena de trajetória pode ser suficiente para evitar uma colisão devastadora. Segundo a Nasa, o período orbital atual de Dimorphos é de onze horas e 55 minutos. Espera-se que ela tenha sido reduzida em dez minutos. A agência espacial tem uma lista com cerca de 27,5 mil asteroides de todos os tamanhos próximos à Terra, mas "nenhum deles representa uma ameaça nos próximos 100 anos." (dados colhidos de https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/09/26/nasa.

No entanto, a técnica testada pela agência americana ainda não será suficiente para evitar um desastre global, mas sim danos locais.

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