Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Encontrar os amigos é sempre agradável
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Sábado passado fui ao Rio de Janeiro, para encontrar com meus amigos de mais de 50 anos, colegas de turma e de profissão, para um papo descontraído, na Academia da Cachaça, no Leblon. Anteriormente, nossos encontros eram no famoso bar Veloso, ponto de encontro de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, na década de 1970 e que ficou famoso por causa disso. Mas, com a morte de nosso querido Carlinhos, levado pela covid lá se vão quatro anos, as saudades eram tantas que resolvemos mudar de local.
Numa mesa que já nos é cativa, pois nossos encontros costumam ser bimensais, éramos oito colegas num papo descontraído e saudável. É proibido falar em doenças, lugar comum de todos nós, por causa da nossa idade, senão as conversas girariam, somente, em torno das artrites, sinovites, artrites e outras ites. No entanto, falar de netos, viagens, do dia a dia dos aposentados e dos que ainda trabalham é saudável e bem-vindo. Poucos pararam de trabalhar totalmente como eu, ainda mais que, como dizemos no jargão médico, a medicina é como uma cachaça e é difícil se afastar dela. Tanto é assim, que mesmo sem clinicar não deixo de comparecer aos encontros científicos do meu grupo de endocrinologistas de Friburgo. É uma maneira de me manter atualizado, numa especialidade em que militei por quarenta anos.
Apesar de a faculdade ser em Niterói, muitos eram do Rio e, sem bairrismo, pois muitas vezes recebemos a visita de amigos de outros estados, a maioria era local, à exceção de mim, de Friburgo, e duas outras colegas do outro lado da baía, de onde falam as más línguas, que a vista da cidade maravilhosa é mesmo maravilhosa.
Durante quase quatro horas bebemos, beliscamos e almoçamos relembrando os tempos de faculdade que já se foram há muito tempo, pois todos temos mais de 70 anos; casos curiosos acontecidos na época do internato, nos plantões de maternidade ou pronto socorro e da vida profissional mesmo. Não faltou também a lembrança daqueles que já se foram, que fizeram e fazem, também, parte da nossa história. Infelizmente, dada a nossa idade, essas notícias tristes vão se tornar mais frequentes, mas não podemos fugir disso, é inevitável. O mais gratificante é saber que colegas que estavam afastados há um bom tempo, que não participaram das nossas comemorações do jubileu de ouro da formatura, começaram a se integrar ao grupo e, hoje, esperam o próximo encontro em 2026, para também, participarem da nossa festa.
Turmas unidas como a nossa não é muito frequente, mas isso deveria ser uma constante, pois os laços de amizade construídos ao longo dos anos são importantes para a nossa história de vida. Me lembro que a minha turma do ginásio, do colégio São Bento, se encontrava pelo menos uma vez por ano, num grande almoço de confraternização. Por causa da pandemia de 2019 o laço se rompeu, mas deveria ser renovado.
Dessa vez não dormi no Rio e voltei para casa ao final da nossa confraternização. Devo confessar que foi cansativo, mas gratificante. Outros encontros já estão em estudo, pois nessa altura do campeonato temos mais é que aproveitar o tempo que nos está, ainda, disponível.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário