Dia do Endocrinologista foi celebrado em 1º de setembro

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 04 de setembro de 2024

Este artigo foi postado pela SBEM, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo e, como achei pertinente, resolvi publicá-lo na coluna desta semana.

“O especialista em Endocrinologia e Metabologia é o médico que cuida do equilíbrio geral do organismo, do nascimento à terceira idade. Uma área fundamental da medicina.

A área de conhecimento do endocrinologista engloba aspectos essenciais tais como crescimento, libido e saúde sexual, metabolismo, disposição, ossos, saúde do coração, colesterol, atividade física, hormônios etc. São tantos caminhos que a SBEM possui 11 departamentos científicos, cada qual cuidando de uma área diferente da Endocrinologia e Metabologia.

O especialista tem uma longa jornada de estudo e dedicação, atualização científica e um enorme respeito pela ciência, sempre baseada em evidências, e ética acima de tudo. Esse vasto conhecimento é essencial no controle de doenças comuns à população, com impacto na saúde global, como a obesidade, o diabetes, problemas na tireoide, mas também ajudando pessoas com doenças raras.

Neste Dia do Endocrinologista a mensagem "orgulhodeserendocrinologista" se espalha e mostra a força da especialidade. Por ocasião deste 1º de setembro, Dia do Endocrinologista, a SBEM lembra que também vem atuando na defesa profissional e da população contra qualquer atitude que possa trazer riscos e prejuízo na saúde. Uma luta constante, muitas vezes silenciosa, mas sem ser interrompida porque precisa estar ao lado da população”.

Esse artigo veio a calhar e serve de alerta, para os maus profissionais, principalmente, clínicos, ginecologistas e nutrólogos que veem praticando barbaridades com o uso indevido da prescrição de hormônios. O fazem como se eles fossem uma simples aspirina; esquecem que se essas não estão livres de riscos, imagine o que dizer de medicamentos mais complexos cuja utilização sem critérios pode ser nefasta ao paciente.

Somente após uma residência ou pós-graduação, em média de dois a três anos pós término da faculdade, está o endocrinologista preparado para fazer uma boa anamnese, pedir os exames adequados e prescrever o uso de hormônios, se necessário. Ou seja critério, conhecimento e bom senso acima de tudo. Aliás, não existe, na medicina, a especialidade hormoniologia, quem entende de hormônios é o endocrinologista.

Talvez, na ânsia de não perder o paciente o que se tem visto é a prescrição indiscriminada de testosterona para tratar falta de interesse sexual feminino (aliás, meu saudoso avô já dizia, não existem mulheres insatisfeitas sexualmente e sim homens incompetentes). O uso indiscriminado da mesma testosterona para curar impotência masculina ou ganho de massa muscular para atletas sejam eles homens ou mulheres.

Observa-se também a prescrição de hormônio tireoidiano para tratamento de obesidade, pois, realmente, o hipertiroidismo caracterizado pelo excesso de hormônio tireoidiano tem como uma de suas consequências o emagrecimento do paciente. No entanto, os riscos para ele são enormes, pois esse em excesso causa taquicardia, sudorese e outros sintomas desagradáveis, inclusive com risco de vida.

Tornou-se moda o pedido desenfreado de exames hormonais, na maioria das vezes desnecessários e que encarecem os planos de saúde. Dosagem de FSH na menopausa, por exemplo, não faz o menor sentido, pois com a queda da produção de estrogênios pelos ovários, a tendência é mesmo o aumento do FSH. Dosagem de cortisol em mulheres que usam anticoncepcionais, e dosagem de testosterona em mulheres que não têm queixas de excesso de hormônio masculino. E não para por aí, pois o dia a dia do endocrinologista mostra os absurdos que estão sendo cometidos por pseudo endócrinos, na ânsia de não perderem o paciente.

Por outro lado, é preciso que a população se conscientize, também, pois quem entende de hormônios é o endocrinologista e para isso ele se dedica a essa especialidade. Quando muito os especialistas se completam, como é o caso do tratamento da reposição hormonal em mulheres menopausadas em que o endocrinologista precisa do embasamento do ginecologista e vice-versa.

A prescrição de hormônios é necessária quando a reposição se faz necessária, pois o seu uso indiscriminado pode aumentar a incidência de câncer. Portanto, no caso de dúvida procure sempre o endocrinologista, pois se não tratar uma endocrinopatia, ele encaminhará o paciente para o especialista necessário.

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