Resgate histórico

sábado, 01 de fevereiro de 2020

Para pensar:

“Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes.”

Abraham Lincoln

Para refletir:

“A não-violência e a covardia não combinam. Posso imaginar um homem armado até os dentes que no fundo é um covarde. A posse de armas insinua um elemento de medo, se não mesmo de covardia. Mas a verdadeira não-violência é uma impossibilidade sem a posse de um destemor inflexível.”

Mahatma Gandhi

Resgate histórico

Na próxima sexta-feira, 7, será lançado um livro que desde já se anuncia como leitura obrigatória aos amantes de Nova Friburgo, e de sua rica trajetória.

“Teia Serrana II: Novos Temas e Novas Abordagens” é uma obra coletiva que dá sequência ao volume anterior, “Teia Serrana, Formação Histórica de Nova Friburgo”, que reuniu 11 artigos de historiadores e foi lançado em fevereiro de 2003.

Muitos dos autores do primeiro livro, inclusive, retornam agora para dividir novos fragmentos de nossa vasta teia histórica.

Continuidade

A coordenação das duas obras coube a João Raimundo de Araújo e ao saudoso Jorge Miguel Mayer, cujo trabalho teve continuidade pelas mãos de Ricardo da Gama Rosa Costa.

Apesar da evidente ligação entre os dois livros, e do importante incentivo de Martin Nicoulin à elaboração de ambos, parece importante ressaltar que o novo livro não revisita os temas abordados em seu antecessor, mas se dedica a novos tópicos.

Personagens

O próprio Nicoulin voltou a colaborar com um artigo, “Os Friburguenses das duas Sarines”, que se relaciona com as colaborações de Marieta de Moraes Ferreira, “Marianne Joset Salusse, uma mulher à frente de seu tempo” e de Jorge Miguel Mayer, “As Malas Órfãs”, na medida em que todos se debruçam sobre personagens ligados à migração suíça que marca a criação da Colônia de Nova Friburgo.

Janaína Botelho, que também integra o timaço de autores, afirma que estes relatos são emocionantes.

Escravidão

Por sua vez, os artigos de Rodrigo Marretto, “Insurgência escrava na Vila de Nova Friburgo (1820-1850)”; e de Maria Janaína Botelho Corrêa e Selmo de Oliveira Santos, “Terras Frias, um ensaio sobre a Reforma Agrária na Fazenda Rio Grande”; se relacionam na medida em que abordam o contexto do século 19 e o alcance da escravidão praticada em Nova Friburgo naquele período.

Trens

Parte importante da história friburguense foi conduzida sobre trilhos, e eles estão representados através do artigo de Maria Ana Qualigno, “Ocupação e ressignificações do espaço urbano: o caso do Palácio Barão de Nova Friburgo (1871-1988)”.

Atravessando mais de um século de acontecimentos, o texto une aspectos econômicos e políticos para relembrar a apropriação do espaço urbano em torno da criação da Estrada de Ferro Cantagalo, seu auge e sua decadência até a extinção em 1964.

Outros temas

Através do artigo “A cidade e o integralismo, Nova Friburgo e a Ação Integralista Brasileira”, Maurício Raposo mergulha no universo da Ação Integralista Brasileira em Nova Friburgo, nos anos 1930.

Paralelamente, Sônia Regina Rebel de Araújo analisa a educação de mulheres em um colégio católico, na Escola Normal, nas décadas de 1950 e 60, ao longo do artigo “Diplomar a Mãe-Professora: Festas da Ordem no Colégio Nossa Senhora das Dores”.

Tempos modernos

Por fim, os artigos de Ricardo Gama Rosa Costa, “Nova Friburgo nos tempos de ditadura (1964-1985): A Burguesia vai ao Paraíso” e de João Raimundo de Araújo “Política e Economia em Nova Friburgo dos fins do Século 20 aos primórdios do século 21” brindam o leitor com a análise de momentos mais recentes de nossa história, protagonizados por personagens que muitos de nós chegamos a conhecer, ou que ainda estão na ativa.

Chave de ouro

O último artigo do livro, a cargo de Jorge Miguel Mayer, “Tesouro da Serra: Águas do Alto Macaé” aborda a questão ambiental friburguense dentro de uma perspectiva histórica.

Para completar a receita imperdível, a coluna registra que a querida fotógrafa Regina Lo Bianco assina as imagens e ilustrações do livro, que contou com o apoio financeiro da Associação Fribourg-Nova Friburgo, responsável pela publicação.

Créditos

Para a elaboração destas notas, a coluna recorreu, entre outras fontes, a diversas informações divulgadas por Janaína Botelho, por entender que a obra é de interesse geral e sua existência merece ser amplamente divulgada à população friburguense.

O lançamento de “Teia Serrana 2, Novos Temas, Novas Abordagens” se dará na próxima sexta-feira, a partir das 18h, na Casa Suíça, em Conquista.

Até quando?

O amigo Tony Ventura, vice-presidente do SinComércio e ex-presidente da Associação Comercial de Nova Friburgo, deu voz a questionamentos feitos por muitos friburguenses a respeito da demora na recuperação do trecho que ficou em meia pista, na serra de Cachoeiras.

Aspas

“Sugiro uma matéria sobre situação do deslizamento na serra de Cachoeiras, que está desde outubro em sistema de pare e siga, e a obra de reparação paralisada há quase quatro meses! Colocaram plástico preto, mantêm máquinas e caminhões no local, mas sem ações de reparos. Responsabilidade da Rota 116, e quem vai cobrar o conserto?”

Doações

Ninguém mais enviou informações desta natureza à coluna, mas pudemos observar que o Laje, a Prefeitura Municipal e a Igreja Luterana também se mobilizaram em favor da coleta e do envio de donativos às localidades afetadas pelas recentes chuvas, tanto em Minas Gerais quanto no Espírito Santo.

É bem provável, no entanto, que estejamos vendo apenas uma parte dos esforços realizados em nossa sociedade.

O espaço segue aberto a ajudar nesses esforços, caso isso seja possível.

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