Às avessas

sábado, 04 de abril de 2020

Para pensar:

“Sem pureza na ação, a verdadeira natureza do Ser não pode ser reconhecida.”

Sathya Sai Baba

Para refletir:

“Caminho para a paz é destruir a inimizade, não o inimigo.”

Frei Raniero Cantalamessa

Às avessas

A mitologia grega eternizou Midas, Rei da Frígia, com uma das histórias mais fascinantes de nosso imaginário coletivo, cuja principal virtude é demonstrar que mesmo uma habilidade aparentemente tão valiosa quanto transformar em ouro tudo o que se toca pode representar, de fato, uma maldição muito dolorosa e mesmo mortal.

Popularmente, a história tem inspirado diversas metáforas a respeito de pessoas que aparentemente alcançam sucesso em tudo o que fazem, e prosperam em várias frentes.

Dedo podre

Mas, claro, entre os personagens reais parece haver também aqueles que seriam Midas às avessas, pessoas com esse estranho dom de transformar em problema tudo o que contaminam através do toque.

Aparentemente temos personagens assim em Nova Friburgo atualmente.

Historinha

Permitam que este colunista conte uma historinha rápida.

No início deste ano, a coluna apurou junto ao governo estadual que Nova Friburgo havia recebido um repasse de R$ 18 milhões oriundos do Programa de Financiamento aos Municípios na Área de Saúde (FinanSUS).

Pois bem, este que vos escreve jamais mencionou isso antes, mas entende que uns e outros olharam para parte significativa desses recursos e começaram a ter ideias sobre possíveis aplicações que pouco ou nada tinham a ver com a destinação original, na saúde pública.

Notícia aguardada

Com a mesma justiça, a coluna sabe que diversos projetos começaram a ser amarrados no âmbito da Secretaria de Saúde, e uma das possíveis notícias - a de que as rescisões dos ex-funcionários da UPA de Conselheiro, ainda nos tempos do Instituto Unir Saúde, seriam quitadas com esse dinheiro - foi especialmente ansiada por este colunista, que há tempos aguarda pela oportunidade de divulgar uma notícia boa e de grande alcance vinda do governo municipal.

Diversas vezes perguntamos sobre atualizações a esse respeito.

Insulto

Pois bem a aguardada notícia nunca chegou, mas de uns dias para cá vários desses ex-funcionários começaram a ser procurados pelo escritório de advocacia contratado pela Organização Social Unir Saúde, com propostas que eles próprios assumem ser próximas a 50% do valor devido a cada profissional.

Apurações ainda incompletas indicam que a OS recebeu os valores que lhe eram devidos, e agora está fazendo propostas em relação a algo que é um direito evidente de cada ex-funcionário.

Ora, perdoem a sinceridade, mas isso só pode ser descrito como um insulto.

Hora de união

A coluna evidentemente se coloca à disposição para ajudar os ex-funcionários na reivindicação de seus direitos, e entende que seria digno por parte da prefeitura unir forças com o intuito de assegurar que cada um receba integralmente o que lhe é devido.

Caso o Ministério Público do Trabalho deseje se manifestar publicamente sobre o tema, o espaço fica igualmente aberto.

Abandono

O leitor sabe que, em ano eleitoral, muitas consultas informais de opinião são feitas por diversos partidos, a fim de levantar as mais diversas informações.

Meses, por exemplo, atrás o colunista teve acesso a um desses levantamentos, e basicamente ele apontava que o maior fator da insatisfação do friburguense - evidentemente estamos falando de um cenário anterior à Covid-19 - não era a saúde pública, mas o que foi descrito como “estado de abandono da cidade”.

Naturalmente tais informações devem ser consideradas com muitas ressalvas, mas o resultado indicado foi exatamente este.

Cobranças

Tal apontamento fornece o gancho para uma situação bastante inusitada que andou tirando o vereador Wellington Moreira do sério, chegou a ser judicializada, e envolve outro exemplo de prática que aparentemente vem ocorrendo às avessas em nossa cidade.

Em essência, o vereador encaminhou diversos ofícios denunciando a carência de alguns serviços públicos básicos para localidades específicas, em especial nas cercanias da Rua General Osório e transversais, e também no Tingly, entre outros exemplos.

Polêmicas

E ficou louco da vida quando ouviu de alguns moradores - e a coluna teve oportunidade de ouvir o mesmo relato por parte de uma moradora - que um serviço público que vinha sendo realizado próximo à General Osório estaria sendo interrompido para que os trabalhos fossem concentrados na rua onde reside o vereador.

“A rua onde moro sempre recebe mais atenção do que as outras”, protesta Wellington, acreditando que o objetivo por trás da situação seria desgastar sua imagem.

O que importa

Polêmicas à parte, o fato é que a questão foi parar no Ministério Público, e quando o município alegou que as ruas em questão estariam sim recebendo a atenção necessária o vereador foi a campo e fez dezenas de fotos que dão total razão ao resultado apontado meses atrás pela tal pesquisa de opinião.

De fato, espaços como a Praça da Bandeira, a Rua Alberto Rangel (subida da Fundação) e a até mesmo a creche Leda Tavares de Moreira encontravam-se até pouco tempo atrás em situação inaceitável, e a coluna abre espaço para que os leitores informem se algo mudou a esse respeito.

Lembrete

Encerrando os trabalhos da semana, um lembrete simples.

Se o leitor possui carro ou moto, não os utiliza há muito tempo, e não precisa quebrar o isolamento social para ter acesso ao veículo, então não deixe de fazer o motor funcionar por alguns minutos de vez em quando, preferencialmente utilizando álcool em gel após tocar em suas superfícies.

Manter os veículos operacionais neste período de quarentena não é apenas uma questão de economia, mas pode também ser importante numa eventual situação de emergência.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.