Você é capaz de prever o futuro?

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

É importante se planejar. Entender que o futuro traz surpresas e nunca estaremos 100% preparados para recebê-las. O amanhã é cheio de mistérios e nossa única garantia é de que algo inesperado está por vir. Pois então, como se planejar para o incerto? Dinheiro!

Sim, dinheiro. Sem meias palavras. Precisamos – o quanto antes – entender que dinheiro é uma ferramenta e, assim como toda ferramenta, é importante saber utilizá-lo. Hoje, a nossa conversa é sobre reserva de emergências: nunca saberemos quando nem com o que vamos usá-la, mas pode ter certeza que o momento vai surgir e ter dinheiro para superar tal adversidade vai ser a garantia da sua qualidade de vida.

Portanto, chegou a hora de entender como estruturar a sua reserva e o primeiro passo para começar a pensar na sua reserva é conhecer a fundo suas finanças pessoais para chegar num valor médio e fiel ao seu padrão de consumo mensal.

Agora, com o valor médio das despesas mensais em mãos, é hora de colher outros dados: a segurança do seu emprego, acesso a auxílios de seguridade social e planos de seguro privado, a realidade pessoal de cada integrante familiar responsável pela participação da manutenção financeira doméstica, e alguns outros pontos mais singulares para cada pessoa – mas já não há a necessidade em me estender mais. Enfim, são esses dados, a base para concluir o segundo passo: por quantos meses você pensa em suprir suas despesas sem contar com nenhuma geração de renda? Reserva de emergência é isso, pensar em suprir necessidades extremas e considerar a geração nula de renda. A propósito, basta fazermos uma breve retrospectiva e relembrar como foram caóticos os meses iniciais da pandemia de Covid-19 para compreender a necessidade de considerarmos zero geração de receita para o cálculo da sua reserva de emergências.

Além de todos estes detalhes, é fundamental estabelecer o tempo para a esta reserva suprir suas demandas. Em geral, especialistas em finanças pessoais costumam definir um padrão de seis meses como parâmetro para uma reserva de emergência. Contudo, particularmente, eu prefiro ampliar este parâmetro: dependendo da singularidade de cada pessoa e contexto familiar, o prazo de abrangência desta reserva pode variar de três a nove meses. Portanto, defina, dentro destes critérios, o tempo mais adequado a sua realidade.

Somente aqui, no terceiro passo, você vai ser capaz de calcular o valor exato da sua reserva. Então vamos às contas:

1º passo – Valor médio de despesas mensais = R$ 5.000

2º passo – Tempo suprindo as despesas = 5 meses

3º passo – Valor da Reserva de Emergência: R$ 25.000

Por último, e longe de ser menos importante, é fundamental saber onde alocar sua reserva. Opte sempre por produtos financeiros de alta liquidez, com rentabilidade suficiente para suprir a inflação (rentabilidade alta não é o foco aqui) e baixa volatilidade (você não pode resgatar menos do que investiu para esta reserva). Para facilitar a interpretação, títulos públicos e fundos referenciados DI podem ser boas opções de alocação para a sua reserva de emergência.

O futuro guarda muitas surpresas e essa é a nossa única certeza.

Prepare-se!

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