Retrospectiva 2021

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Mais um ano está chegando ao fim e há muito o que relembrar sobre o período que prometia muitas incertezas e, por sinal, cumpriu a promessa. No ano que ultrapassei a marca de 100 textos publicados neste espaço, muita informação relevante foi abordada com o intuito de promover o acesso ao conhecimento financeiro em prol do desenvolvimento social da população brasileira.

O ano de 2021 começou com a difícil missão de retomada econômica num contexto ainda pandêmico e cheio de surpresas. O primeiro semestre foi marcado pela lentidão de políticas voltadas para a vacinação em massa da população, provocando um estresse ainda mais relevante ao que já não estava bem. Contudo, hoje o Brasil mostra ao mundo o porquê de ter se tornado referência em programas de imunização e traz ótimos avanços para o desenvolvimento econômico. Esse contexto, por fim, projeta – segundo cálculos do próprio Banco Central – o crescimento de 4,4% do PIB para o ano.

Para efeito comparativo, 2020 sofreu o grande impacto negativo de um PIB retraído em 4,1% naquele período. Não vamos hoje, entrar no mérito do que representa o Produto Interno Bruto e como suas utilidades políticas podem ser deturpadas, mas dentro da atual dinâmica econômica, os números revelam mudanças positivas; principalmente levando em consideração a redução do índice de desemprego no país.

Mas, no final das contas, quais os mecanismos podem ser utilizados para ajustar o rumo da economia de um país? A política monetária. Sob responsabilidade do Banco Central, a regulamentação e implementação de juros são atividades primordiais que determinam como serão abordadas as políticas econômicas de inflação e câmbio diante de diferentes cenários. Em 2021, vimos a Selic – nossa taxa básica de juros – atingir seu menor patamar histórico, seguido da maior guinada de alta em tão pouco tempo; saindo de 2% a.a. e chegando a 9,25% a.a., o que evidencia os equívocos do BC ao longo do ano.

Contudo, vale ressaltar, não foi só o BC que cometeu erros financeiros ao longo deste ano, você também pode ter cometido erros específicos e talvez conheça alguém (ou você é esse alguém) responsável por erros gravíssimos. Estou falando de quem tentou enriquecer por caminhos equivocados em 2021 e se tornou vítima do que talvez esteja entre os maiores golpes financeiros do Brasil nos últimos tempos. Lembra do que aconteceu com a GAS, empresa fraudulenta de investimentos em bitcoins? O golpe foi tão marcante que não podia estar de fora da nossa retrospectiva. Portanto, vale sempre a dica, desconfie sempre do que parece ser bom demais para ser verdade; pode realmente ser uma mentira.

Já que tocamos no assunto, vamos falar mais sobre tecnologia financeira? 2021 foi um ano marcante no desenvolvimento de novas ferramentas responsáveis por redesenhar a forma como enxergamos, hoje, o sistema bancário tradicional. O primeiro exemplo já está bastante difundido e tem sido um projeto de sucesso, alcançando mais de 310 milhões de chaves cadastradas no sistema; estou falando do Pix. Contudo, além deste, ainda há outro projeto que tende a ser mais explorado ao longo do tempo – devido à complexidade do ecossistema.

O Open Banking é um projeto ambicioso e tem tudo para mudar a forma de organização do sistema financeiro. Elaborado para ser implementado em quatro etapas, a última foi finalizada no último dia 15 e a partir de agora os consumidores de serviços e produtos financeiros começam a ter acesso pleno a todas as atividades que compõem o sistema.

Ano de muitos desafios, erros, desenvolvimento tecnológico e a esperança de um fim para a pandemia que devastou sistemas, mercados e vidas reais, 2021 foi um ano de superação e preparação para o que ainda está por vir. A propósito, 2022 nos reserva eleições no Brasil; realmente há muito o que viver pela frente. Espero te encontrar por lá!

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