Minimalismo. Você sabe o que é?

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 06 de março de 2020

Hoje vamos falar sobre algo muito importante e que pode ser o grande vilão das suas finanças: o consumo desmedido! O enriquecimento, mesmo que com pouco dinheiro, é algo possível. E quando falo em enriquecimento, não me refiro a acúmulo de bens ou ostentação... Falo de qualidade de vida. É difícil ver alguém por aí cujo sonho seja ter um plano de saúde, mas encontra a cada esquina pessoas sonhando com o carro zero.

Eu gosto de orientar – e inclusive pratico – o minimalismo: a redução do custo em prol da qualidade de vida. Considerar os pequenos gastos do dia a dia, evitar gastos supérfluos, criar metas reais e alcançáveis com um planejamento adequado. Tudo isso vai ajudar a conquistar seus grandes objetivos.

O minimalismo é um estilo de vida; e como tudo, basta achar o seu ponto de equilíbrio. Viver com menos roupa da moda, celular de alta tecnologia ou barzinho no fim de semana, pode acabar te trazendo outras oportunidades e você passará a viver com mais investimento em educação, viagens, saúde, bem estar e o que mais você considere parte da sua essência. É claro que cada pessoa tem suas prioridades e isso é natural. O importante é entender a ideia de que menos, pode ser mais. Será que você realmente precisa de tudo o que tem?

O consumismo não é natural, é algo inserido na nossa sociedade e, em contrapartida ao minimalismo, o American Way of Life (o estilo de vida americano) que surgiu no século passado como uma alternativa para os Estados Unidos superarem suas crises financeiras, foi difundido no mundo todo, principalmente nos países emergentes. Isso nos trouxe o consumismo desenfreado que, aliado à precária educação financeira, fez do trabalhador e consumidor um refém de suas próprias dívidas. No Brasil, em 2019, o número de inadimplentes passava dos 63 milhões de pessoas.

O interessante disso tudo, é perceber que já há uma ligeira mudança no cenário nacional. Uma pesquisa feita no Brasil, em 2017, pela PwC, mostra que o consumidor está dividido entre a aquisição de bens de consumo e a busca por experiências (viagens, cultura e conhecimento, por exemplo): 50% para cada lado.

Contudo, outra pesquisa realizada no mesmo ano, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que criaram juntos o Indicador de Consumo Consciente (ICC), aponta um percentual de apenas 28% de consumidores conscientes. Um cenário ainda preocupante. Ainda precisamos estudar bastante sobre nossas finanças e parar de correr para nos salvar de nós mesmos.

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