Inteligência financeira

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Aos leitores desta coluna, minha profissão não é nenhuma novidade; sou consultor financeiro e – em parceria com um sócio – surgiu a Delta - inteligência financeira, empresa especializada em gestão de finanças pessoais. Mas afinal, o que é inteligência financeira?

Não há, ainda, uma definição estrita acerca do termo, mas numa noção geral, inteligência financeira é o equilíbrio entre inteligência emocional e educação financeira; é a capacidade de tomar boas decisões que afetam positivamente a qualidade de vida com o menor impacto possível no padrão de consumo. Independente de qual seja a sua renda, o importante é viver bem e com um padrão de vida bem elaborado.

Viver com mais inteligência financeira é resultado de um conjunto de hábitos e o primeiro deles é falar sobre dinheiro. Dinheiro é rotina, mas virou tabu! Não é comum ouvirmos conversas francas sobre valores e quantias; não é comum saber quanto o(a) seu(sua) amigo(a) ganha ou gasta. A transparência – principalmente no contexto familiar – é fundamental para alcançar uma vida financeiramente equilibrada.

Outros costumes, como o de planejar metas e elaborar um orçamento doméstico também são indispensáveis. Além de criar uma nova rotina financeira, esses hábitos farão, das suas finanças, um sistema completo de concepção de necessidade, previsão e prevenção de crises e sazonalidades, aquisição de ativos e conforto.Parece utópico, mas com planejamento é possível.

De forma prática, há técnicas para a inserção da inteligência financeira no cotidiano; eu, particularmente, gosto de edificar a estrutura financeira (minha e de meus clientes) sobre três pilares:

  • Gastar bem – fruto de inteligência emocional e boas decisões, gastar bem não é gastar menos; mas, sim, dispor seu dinheiro para algo que lhe gere qualidade de vida. Neste ponto, inclusive, vale a pena ressaltar a importância de conhecimentos básicos de educação financeira para ampliar a noção do que podem ser boas decisões.
  • Poupar sempre – reflexo do primeiro pilar, o ato de poupar parte de suas receitas é fundamental para construir patrimônio, alcançar objetivos e estabelecer planejamentos. Contudo, não há nada como um orçamento organizado capaz de te libertar das amarras que o dinheiro lhe impôs.
  • Investir com qualidade – não é nada fácil chegar até aqui; você já precisou rever seus gastos e criar o hábito de poupar, então mantenha atitudes inteligentes financeiramente na hora de rentabilizar seu patrimônio. A insegurança pode te levar a alocações com baixa ou negativa rentabilidade real (quando é descontado, da rentabilidade total, a inflação) e o excesso de confiança pode te seduzir para investimentos fraudulentos. Foi uma grande empreitada chegar até aqui, então faça valer a pena e invista seu capital de forma inteligente; estude e/ou busque auxílio profissional.

Apesar de não haver um definição formal para o termo “Inteligência Financeira”, podemos vê-lo como um meio para tornar livre a parte da sociedade que se vê refém do próprio dinheiro. E o mais curioso, libertando-se através deste.

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