É preciso repensar o consumo

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 02 de abril de 2021

Temos prioridades diferente, projetos de vidas diferentes, sonhos diferentes; portanto, somos, cada um de nós, diferentes entre si. E por isso venho repensar as estruturas de consumo nesta coluna. Apesar de termos nossas peculiaridades específicas – e muitas vezes únicas –, consumir torna-se atividade comum e, por isso, importante repensá-la.

 Já trouxe esta pauta outras vezes para esta coluna e considero importante manter o assunto vivo. A propósito, sempre que trato do assunto gosto de deixar um questionamento para intrigar seus propósitos: você realmente precisa de tudo o que tem? O consumo é atividade natural e um dos privilégios de viver numa economia baseada em setores (você produz o que sabe e vende seu bem ou serviço para ter dinheiro e a possibilidade de consumir a produção de outra pessoa). Mas este está longe de ser o problema. Afinal, ao contrário do consumo, é o consumismo que descaracteriza a naturalidade das necessidades humanas e sociais. E por isso refaço o questionamento: você realmente precisa de tudo o que tem?

Para entendermos como surgiu a necessidade de consumo – o consumismo – é preciso voltarmos ao período pós-guerras e encontrar economias endividadas, inflacionárias e em processo de recuperação. Em 1955 foi identificado o American Way of Life (o estilo de vida americano) como projeto político-econômico cujo objetivo era oferecer uma alternativa aos Estados Unidos para superarem suas crises financeiras e difundir ao redor do mundo, inclusive países emergentes, a necessidade do consumo desenfreado. Como consequência de longo prazo ao consumismo, a precária educação financeira fez do trabalhador e consumidor um refém de suas próprias dívidas. Surgia, então, o consumo acima das necessidades e isso nos mostra um grave problema social que pode ser levado para as mais diversas áreas de pesquisas além da econômica (como a sociologia e psicologia, por exemplo).

É reflexo do consumismo a crescente taxa de inadimplência entre as famílias brasileiras. Nossa moeda é frágil, nosso poder de compra é pequeno, vivemos numa economia ainda em processo de maturação e a desorganização financeira cobra o preço pela forte cultura de consumo. Percebem como a educação financeira não é fundamentada apenas em termos técnicos e complexos, é a rotina de todos que usam dinheiro como ferramenta de aquisição.

Viver com menos roupa da moda, celular de alta tecnologia ou carro zero, pode acabar te trazendo outras oportunidades e você passará a viver com mais investimento em educação, saúde, bem estar e o que mais você considere parte da sua essência. Claro, cada pessoa tem suas prioridades e isso é natural. O importante é entender a ideia de que menos pode ser mais!

Só você tem o controle de como gastar seu dinheiro e alocar suas finanças. Portanto, faça valer a pena para o que acredita!

Publicidade
TAGS:

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.