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Variante Ômicron: alarde necessário ou precipitado?
Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
A Ômicron, nova variante do coronavírus, detectada recentemente na África do Sul, já causou alerta mundial. Mesmo com o nosso país possuindo um grande número de pessoas vacinadas, a nova cepa vem causando muita preocupação e deixando muitas perguntas em aberto.
Até a última terça-feira, 30 de novembro, pelo menos 17 países do mundo relataram registros de casos da variante Ômicron, dentre eles, o Brasil que teve a confirmação de três casos no Estado de São Paulo. De acordo com a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, dois são missionários brasileiros vindos da África do Sul e o terceiro oriundo da Etiópia. Todos com o ciclo vacinal completo e estão sem sintomas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza o monitoramento contínuo da expansão da nova variante pelo mundo e alerta sobre o risco global classificado como “muito alto” de uma nova onda de propagação da doença.
Vacinados estão imunes à nova variante?
Recentemente, o Brasil celebrou o êxito de realizar a vacinação de 133.784.419 pessoas que tomaram a segunda dose ou a dose única da imunizante, o que representa aproximadamente 63% da população imune. Contudo, pode ser que as vacinas possam não ter eficácia contra essa nova cepa do coronavírus.
A vacina tem o papel de antecipar uma possível invasão, pois induz o sistema imunológico a reconhecer o vírus apresentando-o ao organismo em uma forma que não faz mal à saúde. Assim, o imunizante treina nosso corpo para que ele seja capaz de reconhecer o coronavírus no futuro e já saiba como criar anticorpos para combatê-lo da forma mais rápida possível.
Por sua vez, a OMS relata que a variante Ômicron é bem diferente ao vírus original detectado no ano passado em Wuham, na China. A grande preocupação dos cientistas é que 32 das 50 mutações encontradas pelos pesquisadores são na proteína Spike, usada nas vacinas AstraZeneca, Pfizer e Janssen para treinar o corpo humano contra o efeito da Covid-19.
Segundo a organização, a mutação é preocupante porque pode reduzir a eficácia das vacinas. Todavia, muitos estudos da cepa começaram a ser feitos por pesquisadores de todo o mundo há pouquíssimo tempo. E, até que cheguem a qualquer conclusão, dizer se as vacinas estão funcionando ou não, é pura especulação.
Réveillon e Carnaval ameaçados
Pelo menos oito capitais não terão festa de Réveillon na virada de 2021 para 2022. Dessas, duas já optaram por também cancelar a folia de Carnaval em fevereiro. O avanço da variante fez prefeitos e governadores de todo o país reavaliarem a decisão de promover eventos que resultam em naturais aglomerações.
Bem pertinho da gente, o prefeito Paulo Barros, de Bom Jardim, anunciou na última segunda-feira, 29 de novembro, através de vídeo, que o município desistiu de realizar o carnaval no município em 2022. Trajano de Moraes foi a segunda cidade da região serrana a cancelar não somente o carnaval, como também todas as festividades do ano novo.
Já a nossa cidade, Nova Friburgo, detentora do título do segundo maior carnaval do Estado do Rio de Janeiro, mantém, pelo menos por enquanto, a programação e no último fim de semana realizou o sorteio com a ordem dos desfiles das escolas de samba para o carnaval do próximo ano.
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, alegou por meio de suas redes sociais que não cancelará as festividades sem antes ter dados técnicos sobre a nova variante do coronavírus. Por sua vez, explicou que caso não existam condições seguras para a população, o cancelamento será inevitável: “Se tiver que adotar restrições, não será só no carnaval. Se tiver de cancelar, vamos cancelar”, disse o prefeito.
Resumo da ópera
Fato é que já são quase dois anos de pandemia e não podemos alardear o incerto. Não se tem comprovação se a vacina é totalmente efetiva para prevenção da nova cepa ou não. Inexiste certeza se é mais ou menos contagiosa. Por enquanto, somente há suposições e estudos do que pode ser capaz a nova cepa.
Até o momento, não há nenhuma morte associada a Ômicron. Pequeno ou grande o poder de fogo da nova variante, só saberemos daqui a um tempo. Fato é que ainda é muito cedo para se falar em cancelamento de algo. No momento, usemos as melhores armas que temos: a vacina e uso constante de máscaras.
Lucas Barros
Além das Montanhas
Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.
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