Preço da gasolina aumenta mais uma vez

Lucas Barros

Além das Montanhas

Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Centavinhos que pesam no bolso

Se você possui um carro ou uma moto, certamente, o dinheiro que antes completava um tanque de gasolina, sem sombras de dúvida, não é mais o mesmo. Ou não passa nem perto! Com o passar dos anos, os aumentos de centavinhos em centavinhos pesam hoje no bolso do brasileiro, trazendo o preço do combustível a patamares históricos.

Recentemente, a Petrobrás anunciou uma nova alta no preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Segundo a companhia, ocorreu um aumento de 6,3% no valor, fazendo com que o litro saia mais caro da refinaria e em compensação, seja repassado o custo ao consumidor final. Ou seja, nós.  

Custo alto e benefício pouco

Você sabia que a gasolina brasileira não é tão pura quanto parece? De acordo com a nossa legislação é autorizada a composição desta com o percentual de aproximadamente 25% de álcool anidro, popularmente conhecido como etanol. Como se já não bastasse a mistura e a queda de qualidade dos combustíveis nos postos, o nosso Estado do Rio de Janeiro possui uma das gasolinas mais caras do país!

 A primeira posição, segundo levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo), é ocupada pelo estado do Acre, que se encontra demograficamente longe do refino de combustíveis, o que embute custos elevados no transporte do combustível. Em seguida, o segundo lugar é ocupado pelo estado do Rio de Janeiro.

Soa até irônico saber que o nosso estado é o que mais produz petróleo no Brasil, responsável por 72% da produção nacional e, em contrapartida, possuirmos valores absurdos cobrados nas bombas dos postos fluminenses. A grande carga tributária do Rio de Janeiro é a culpada e onera demais o bolso dos consumidores que necessitam tanto do combustível para o seu dia-a-dia.

Realidade brasileira e a dolarização

O Brasil não é autossuficiente em combustíveis desde o ano de 2011. Apesar de produzir mais quantidade de barris de petróleo do que consome, a capacidade de processamento e refino da matéria prima ainda não suporta a demanda nacional. Segundo um estudo realizado pela Universidade Rural do Estado do Rio de Janeiro e da Coope/UFRJ, a capacidade de produção das refinarias nacionais é somente de 75%, em média.

Por esse motivo, necessitamos importar derivados de petróleo para suprir a necessidade brasileira. Somente no ano de 2018, o nosso país vendeu aproximadamente 410 milhões de barris de petróleo, especialmente para a China. Em contrapartida, importou 68 milhões de barris de derivados, como gasolina e diesel, maior parte do Oriente Médio e do continente africano.

Fator relevante foi a mudança na política de preços da estatal brasileira que passou a se regular pelo mercado internacional a partir de 2016. Ou seja, o preço que você paga no posto passou a ser um valor “real”, no entanto a realidade brasileira não é a mesma dos países desenvolvidos. O que leva à decisiva pergunta: o petróleo é mesmo nosso ou de uma elite de acionistas? Pois os grandes acionistas são os únicos satisfeitos. A alta inflação dos combustíveis cria efeito cascata e massacra o poder de compra da grande maioria dos brasileiros. Será que essa conta é mesmo sua?

Alguns postos de Nova Friburgo já tiveram reajuste no valor dos combustíveis. Por certo, a gasolina já aumenta periodicamente desde 2016, contudo o momento agora é de botar os cintos e economizar, porque a tendência é de aumentos constantes no futuro.

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