O home-office veio para ficar?

Lucas Barros

Além das Montanhas

Jovem, advogado criminal, Chevalier na Ordem DeMolay e apaixonado por Nova Friburgo. Além das Montanhas vem para mostrar que nossa cidade não está numa redoma e que somos afetados por tudo a nossa volta.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

O que é o home-office?

O home-office é uma palavra de língua inglesa e que significa “trabalho feito de casa”. Por mais recente e novo que pareça ser essa modalidade de serviço, o primeiro registro datado desta prática vem de 1857 nos Estados Unidos através do uso de telégrafos. Contudo, somente com o advento do computador, essa prática começou a ser mais cotidiana e, hoje, já é uma realidade mundial.

Com a pandemia causada pela Covid-19 e pela realidade do isolamento social obrigatório, o home-office se mostrou necessário para que muitas empresas mantivessem seu funcionamento, sejam estas privadas ou públicas.

Avanço ou retrocesso?

Atualmente, existe algo que você não consegue comprar e ele se chama “tempo”. Com o advento do serviço remoto, trabalhadores tiveram uma economia de horas em seus dias, uma vez que gastavam muito tempo no transporte entre sua casa e o seu local de serviço. Assim, trabalhando de casa, a produtividade em tempo de cada empregado – e empregador – cresceu, podendo ser convertida ao lazer, ao maior contato com a família, ao lar e ao descanso.

Outro fator positivo foi o aumento da flexibilização nos horários de trabalho. Hoje, em algumas modalidades de serviço, o empregado não precisa necessariamente estar ativo durante um horário determinado de trabalho. Assim, não existe uma carga horária a se cumprir, mas sim, metas diárias, mensais e anuais. As pessoas noturnas que são mais produtivas nas madrugadas são as que mais se adaptam a esse “novo normal”. 

Além disso, a redução de custos para as empresas é um dos pontos principais para que o home-office tenha aumentado tanto. Alugar ou comprar um espaço físico tem sido cada vez mais caro e inviável para muitas empresas, gerando custos adicionais ao balanço financeiro dos empregadores. Assim, com o empregado trabalhando de casa, a empresa corta gastos como aluguéis de salas maiores, contas de luz e água, auxílio-transporte etc.

Por fim, houve uma maior gama de oportunidades de emprego proporcionadas pelo trabalho remoto. Já pensou em trabalhar numa grande empresa de São Paulo ou do Rio de Janeiro sem ter que se mudar de Nova Friburgo? Isso agora é possível! Trabalhos como os de atendentes online e de telemarketing, moderadores de sites, programação e design digital explodiram em 2020, em número de vagas e de candidatos. E sem dúvida, isso somente se tornou possível por conta do home-office que foi um grande facilitador.

Contudo, torna-se extremamente necessário conciliar o ambiente doméstico e o profissional. A casa, para muitos, é um local familiar, em que pessoas com diferentes personalidades convivem no mesmo espaço e, muitas vezes, o trabalho remoto não é muito bem compreendido e respeitado por todos. Então, trabalhar de casa, pode ser sinônimo de brigas e de estresse.

Por fim, a não existência de locais físicos nas empresas dedicados ao trabalho faz com que os empregados trabalhem mais em casa. Antes, o funcionário terminava seu expediente, pegava suas coisas e ia embora para seu lar. Hoje, como a casa é o seu ambiente profissional, há, às vezes, sobrecarga do funcionário que tem que interromper seu descanso para, “rapidinho”, resolver qualquer contratempo fora do seu horário laboral.

Além disso, ainda deve-se pensar na necessidade da empresa se reinventar para manter a equipe integrada, uma vez que a união e o convívio cria a motivação, vínculos e identidade.

Futuro incerto

O home-office não surgiu ano passado, mas o modo como enxergamos o trabalho de fato mudou. Isso é inegável! Contudo, trago o seguinte questionamento ao leitor. Com o avanço da vacinação das pessoas e a retomada dos “dias normais”, como éramos habituados a viver, as experiências dos empresários e dos trabalhadores, farão do home-office uma realidade para o futuro?

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